Música, Filosofia e Educação 3
“Música”, como obra musical, possui também multidimensionalidade, pois é constituída pelo dinâmico inter-relacionamento entre a tradição composicional e a tradição interpretativa. Inclui-se, nessa dinâmica, a audiência e a crítica musical. A obra de arte musical não é apenas o seu registro gráfico (a partitura, por exemplo). A obra de arte musical tem: a dimensão da composição, um design sonoro particular, projetado pelo compositor; a dimensão execução-interpretação, representada pela tradição interpretativa; a dimensão prático-específica, compartilhada pela tradição da prática musical é a execução de padrões musicais organizados por uma ação artística, um design sonoro, que revela costumes e tradições de uma prática, e seus respectivos comprometimentos ideológicos. Dessa forma, MÚSICA (a prática humana), Música (as manifestações contextuais de MÚSICA) e música (as obras de arte) são dimensões de uma mesma atividade, do que se depreende que o fazer musical este fazer não é simplesmente um ato mecânico, mas um pensar em ação, a centralidade da educação do sentimento e da sensibilidade estética valorizava demais o conhecimento verbal sobre música, tendo uma atitude passiva de contemplação e de descrição da música. A Arte faz relação com o real e por isso nos afeta de forma arrebatadora, nos transportando a lugares e momentos onde podemos ser o que quisermos ser. A obra de arte é singular, pois distinta de experiência sensível a experiências sensível que se dá em cada um de nós. Eis o mistério da arte, seja ela a música, a poesia, a imagem, a arte visual, entre outras. Toda essa multiplicidade de formas de arte nos convida a nos experimentar, atravessando como uma lança em nós, provocando rupturas, desvios.
Assim, ficamos em estado de “redenção reflexiva”. Nietzsche quando afirma ser a “arte trágica” uma fusão entre a ordem e o caos que não se compromete com a linearidade, mas sim com a expressão da nossa natureza, que é feita de multiplicidades. Por essa razão, a arte provoca por meio de suas formas, por analogia, uma multiplicidade de reações dos seus ouvintes e espectadores. A criança, por sua vez, expõe sua natureza liberta de julgamentos de valor. Segundo Freud (1997, p. 22): “A vida tal como a encontramos, é árdua demais para nós; proporciona-nos muitos sofrimentos, decepções e tarefas impossíveis. A fim de suportá-la, não podemos dispensar as medidas paliativas”. Essas se referem tanto às diferentes instituições, de caráter associativo, político, educativo, econômico, religioso que o ser humano inventa como possibilidade de diminuir os sofrimentos que provêm do “próprio corpo” e “do mundo externo”, como dos “relacionamentos com os outros homens” (FREUD, 1997).
Música, Filosofia e Educação 3
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DOI: 10.22533/at.ed.060190402
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ISBN: 978-85-7247-106-0
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Palavras-chave: 1. Música – Filosofia e estética. 2. Música – Instrução e estudo. I.Monteiro, Solange Aparecida de Souza. II. Série.
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Ano: 2019
- ANA CLAUDIA DOS SANTOS DA SILVA REIS
- Ana Lúcia de Marques e Louro Hettwer
- Ana Lúcia Louro
- André Reck
- Anne Meyer
- Bianca Gesuato Thomaz Ribeiro
- Célia Regina Vieira de Albuquerque Banzoli
- DANIEL FERREIRA SANTOS
- Daniele Briguente
- Eliete Vasconcelos Gonçalves
- Endre Solti
- Luís Homem
- Luiz Espíndola de Carvalho Junior
- Marcos Krieger
- Mariana Barbosa Ament
- Marta Cardoso Castello Branco Garzon
- Natália Búrigo Severino
- Rômulo Ferreira Dias
- Rosane Cardoso de Araújo
- Thiago de Campos Kreutz
- Vivianne Aparecida Lopes
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