Ebook - Sentidos e sujeitos: Elementos que dão consistência à história 3Atena Editora

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1. História. I. Souza, João Henrique Lúcio de (Organizador). II. Título.

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capa do ebook Sentidos e sujeitos: Elementos que dão consistência à história 3

Sentidos e sujeitos: Elementos que dão consistência à história 3

Publicado em 10 de janeiro de 2023.

A produção coletiva “Sentidos e Sujeitos: Elementos que dão Consistência a História” em seu terceiro volume guarda expressiva relação com o contexto social em que foi produzida. Em seu ofício, os pesquisadores das humanidades dialogam com o tempo em que vivem marcados por desafios, problemas e esperanças. A partir de suas vivências e experiências (do ponto de vista benjaminiano), desvendam os labirintos das explicações científicas, edificando conhecimento por meio da interação dialógica entre as demandas do presente e as tradições teóricas dos vários campos das humanidades. Essa obra traz pesquisas que dão sentidos a sujeitos que são objetos de investigação e que estão ‘sujeitos’ a novos sentidos e olhares a partir da representação do leitor. Nossos colegas pesquisadores que fazem essa obra se debruçaram sobre as vivências humanas (sobre suas próprias experiências) em diversos tempos e lugares, se empenhando em analisar, entender e decifrar as atribuições dos sujeitos como produtores de sentidos, representações, pontes, frisuras, transformações, encontros e conflitos, que caracterizam a convivência humana.
Pegando emprestada uma citação do famoso historiador francês Roger Chartier, quando o mesmo conceitua a palavra “representação” e enfoca sua importância para a história cultural, podemos dizer que essa obra “tem por principal objeto identificar o modo como em diferentes lugares e momentos uma realidade social é construída, pensada, dada a ler” (CHARTIER, 1990, pp. 16-17). Chartier (1990) nos leva a refletir sobre representações que podem edificar discursos que, envolvidos com os sujeitos, geram entendimentos das realidades e produzem sentidos. Ao mesmo tempo em que, ao edificar sentidos, as representações descortinam concepções de mundo e “falam” tanto de quem as representa quanto daquilo que é representado. Isso se aplica a todos os discursos, incluindo o discurso aqui apresentados.
Dessa forma, no primeiro capítulo “CONSTRUÇÕES, CAMINHOS E REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO HUMANA E A ESCOLA”, o pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco, João Henrique Lúcio de Souza, a partir do seu testemunho de vida, faz uma contextualização, um relato autobiográfico, a partir de teóricos que caracterizam cada fase de sua vida escolar. No segundo capítulo ““A ESCOLA QUE EU ESTUDEI NÃO É A MESMA QUE MEUS FILHOS ESTUDAM”: A ESCOLA PÚBLICA BÁSICA ATRAVÉS DAS RECORDAÇÕES E IMPRESSÕES DE PAIS E MÃES”, as pesquisadoras da Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA) Maria Antônia Veiga Adrião e Gizele Lima dos Santos resgatam as recordações e impressões de pais, mães e avós (1980-2010) a fim de entender a razão do distanciamento entre escola e progenitores em escolas públicas situadas na zona noroeste do Ceará.
Já no artigo “CRIANÇAS DESCONFINADAS: PROCESSOS, CONTEXTOS E NARRATIVAS”, Sandra Alves Moura de Jesus e Vanessa Ribeiro Simon Cavalcanti, pesquisadoras da Universidade Católica do Salvador, se propõem a entender o processo de desconfinamento e retorno ao ensino presencial das crianças da educação infantil e do ensino fundamental/anos iniciais em escolas públicas e privadas de Salvador/BA, bem como o que ficou de aprendizagem dessa experiência do ensino remoto e/ou híbrido na percepção da família e da escola. A pesquisadora Natália Martins Besagio, pesquisadora da Universidade Estadual de Maringá, com o artigo “A “MÚSICA DO DIABO”: O BLUES COMO EXPRESSÃO DA CULTURA FEMININA AFRO-AMERICANA”, evidencia a música como viés de luta para as mulheres negras, que deixaram um amplo legado à cultura norte-americana, quebraram os tabus da desigualdade de gênero a partir do famoso gênero musical norte-americano blues.
No quinto capítulo, o artigo a “LOUCURA DO PODER OU O ABSURDO DA VIOLÊNCIA NO ESTADO? UM ENSAIO SOBRE TEMPO PRESENTE”, o pesquisador Antonio Carlos da Silva da Universidade Católica de Salvador faz uma reconstituição histórica, tomando o Brasil como exemplo, com uma larga discussão teórica para mostrar que nosso país, apesar de gigante, se encontra adormecida no estado de presente contínuo. No sexto capítulo intitulado “DEFUNTOS PERFUMADOS: RAÍZES DO EMBALSAMAMENTO NA IDADE MÉDIA EUROPEIA” de coautoria dos pesquisadores Eduardo Mangolim Brandani da Silva, Eloara dos Santos Cotrim e Christian Fausto Moraes dos Santos da Universidade Estadual de Maringá, vemos desdobramentos das possíveis origens da prática do embalsamento como herança cultural da Civilização romana, do cristianismo primitivo e dos povos bárbaros. Para os autores o embalsamamento medieval é uma espécie de continuidade da metodologia cristã.
Por fim, no sétimo e último capítulo, “A ALMA PENADA DE ANTÔNIO DE SOUZA NETTO: UM SENHOR DA GUERRA NA LITERATURA E NA HISTÓRIA (1835-1865)” do pesquisador da Universidade Federal do Rio grande do Sul, Cesar Augusto Barcellos Guazzelli, que, a partir do romance “Netto Perde Sua Alma” de Tabajara Ruas, procura os significados sobre as fronteiras do caudilhismo e as guerras, especialmente a Guerra dos Farrapos.  
Bem, esperamos que as leituras destes capítulos possam ampliar seus conhecimentos e instigar novas reflexões, e, que essa produção, com seus objetos e objetivos, seja também um objeto a ser estudado, analisado e criticado.

Boa leitura e reflexões!
João Henrique Lúcio de Souza

Referências

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel; Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990. 
 

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