A “MÚSICA DO DIABO”: O BLUES COMO EXPRESSÃO DA CULTURA FEMININA AFRO-AMERICANA
Nem só de homens se faz um gênero musical. Assim como aconteceu no trabalho árduo das lavouras, no blues, as mulheres protagonizaram a trajetória dos negros na América. Enviesaram pelo caminho da música e quebraram os tabus da desigualdade de gênero tão apreciada pela sociedade branca e patriarcal que, ao longo dos séculos, monopolizou (e ainda o faz) a formação dos países americanos. No material produzido pelas mulheres negras, o blues abordou abertamente a sexualidade, tanto masculina quanto feminina, expondo uma estrutura característica da cultura afro-americana, muito distinta da recorrente misoginia e preconceito herdados da cultura europeia. Tornou-se não só canção, mas expressão da árdua vida do negro no continente americano. Direto e realista, se constituiu como a herança dos gritos dos escravos “coisificados” e maltratados pelos senhores brancos, funcionando como uma espécie de catarse que transformou a cultura em caminho de resistência à opressão. Diante desse contexto, o presente artigo tem como objetivo evidenciar a música como viés de luta para as mulheres negras, que deixaram um amplo legado à cultura norte-americana.
A “MÚSICA DO DIABO”: O BLUES COMO EXPRESSÃO DA CULTURA FEMININA AFRO-AMERICANA
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DOI: 10.22533/at.ed.7862309014
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Palavras-chave: -
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Keywords: -
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Abstract:
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- Natália Martins Besagio