Publicado em 13 de junho de 2024.

Este terceiro volume de nossa série se dedica a explorar as diversas facetas da memória histórica e da história oral, apresentando estudos que investigam desde eventos históricos negligenciados até as inovações contemporâneas na preservação e interpretação de narrativas pessoais. A obra reúne a expertise de renomados pesquisadores que, através de diferentes abordagens metodológicas, lançam luz sobre a importância da memória coletiva e individual na construção do conhecimento histórico.
Marcelo Santos Rodrigue, doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), abre o volume com uma análise criteriosa dos relatos esquecidos da Guerra do Paraguai no Brasil do século XIX. Em "Memórias Silenciadas: Os Esquecidos da Guerra do Paraguai no Brasil do Século XIX," Rodrigue revela histórias não contadas dos combatentes brasileiros, oferecendo uma nova perspectiva sobre os impactos sociais e culturais deste conflito. Ele destaca a importância de dar voz aos marginalizados pela história oficial, enriquecendo nosso entendimento do século XIX brasileiro.
Na sequência, Daniel Eduardo Bonatti, Sonia Terezinha Baccin Bonatti, Emerson Nogueira de Carvalho, Marcos Aurélio Suwate Xerente, André Ribeiro de Goveia, Jocyleia Santana dos Santos, Samuel Marques Borges e Neila Barbosa Osório, todos da Universidade Federal do Tocantins (UFT), apresentam um estudo inovador sobre a interseção entre história oral e inteligência artificial. Em "Memórias Digitais: Explorando a História Oral para Compreender o Potencial da Inteligência Artificial no Setor Público," os autores discutem como a tecnologia pode ser utilizada para preservar e analisar memórias digitais, oferecendo novas ferramentas para a gestão do conhecimento no setor público. Este capítulo propõe uma reflexão sobre o futuro da história oral em um mundo cada vez mais digital.
Júlio Resende Costa e Sônia Maria dos Santos, especialistas em Educação com vasta experiência acadêmica, exploram a história oral como uma metodologia vital para a produção de conhecimento na história da educação. Em "A História Oral Enquanto Campo de Produção do Conhecimento na História da Educação," através de estudos de caso e análises teóricas, os autores demonstram como a história oral pode revelar dinâmicas educacionais ocultas e contribuir para uma compreensão mais profunda das práticas pedagógicas ao longo do tempo.
Adriana Duarte Leon, Tobias de Medeiros Rodrigues, Rovena Ramos Lima, Emerson Ricardo Esteves da Fonseca e Lucas de Almeida Soares, do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSUL), discutem em "Os Espaços de Guarda e a Preservação da Memória Institucional" a importância dos espaços de arquivo e preservação da memória dentro de instituições educacionais. Eles abordam como esses espaços funcionam como guardiões da história institucional, assegurando que as narrativas e experiências de gerações passadas sejam mantidas vivas e acessíveis para futuras gerações.

Eduarda Mendes Cardoso, da Universidade Federal de Santa Maria, apresenta no quinto capítulo uma análise detalhada em "Entre Viagens e Fronteiras: Uma Breve Discussão do Conceito de Fronteira em Narrativas de Viagem." Cardoso examina como as narrativas de viagem ao longo da história têm moldado e redefinido o conceito de fronteira, tanto física quanto culturalmente. Seu trabalho destaca a complexidade e a evolução das percepções de fronteira, mostrando como estas narrativas podem oferecer insights valiosos sobre identidade e alteridade.
Gabriella Sontag Neves, da Universidade Estadual de Maringá, expõe no sexto capítulo, o artigo “Origens Anglo-Saxãs da Inglaterra: Uma Análise da História dos Bretões de Nennius”, que aborda uma visão detalhada e metodologicamente sólida, proporcionando um caminho claro para a investigação das origens anglo-saxãs da Inglaterra conforme registradas nessa obra seminal.
A Professora Dra. Vânia do Carmo Rocha, da UFF/SEEDUC-RJ, conclui com este livro com "Uma Fonte, Duas Leituras: Narrativa e Historiografia em José Murilo de Carvalho e em Ilmar de Mattos." Rocha explora as abordagens narrativas e historiográficas de dois importantes historiadores brasileiros, analisando como cada um interpreta e representa o passado em suas obras. Este capítulo oferece uma reflexão crítica sobre as diferentes formas de se fazer história e as implicações dessas abordagens na construção do conhecimento histórico. Boa leitura!

[Geso Batista de Souza Júnior]
[Organizador]