Publicado em 03 de outubro de 2024.

Este livro reúne uma coleção de estudos interdisciplinares que buscam aprofundar a compreensão sobre temas centrais para a saúde pública, aquicultura e a qualidade ambiental dos ecossistemas aquáticos no Brasil. Organizado em quatro capítulos, a obra aborda desde as questões epidemiológicas e socioeconômicas associadas à esquistossomose no estado do Maranhão até o manejo sustentável em sistemas de aquicultura e pesque-pagues.
O livro é uma colaboração de diversos pesquisadores, unindo esforços para analisar as interfaces entre parasitoses negligenciadas, qualidade da água e práticas de cultivo em ambientes aquáticos, em um esforço para contribuir tanto com a pesquisa científica quanto com a formulação de políticas públicas e estratégias de manejo sustentável.
No primeiro capítulo, os autores apresentam uma análise detalhada da esquistossomose mansoni no estado do Maranhão, com foco no período de 2007 a 2016. A partir de dados epidemiológicos, socioeconômicos e ambientais, são discutidas as tendências de prevalência da doença e os desafios enfrentados para seu controle. O capítulo destaca as regiões mais afetadas e analisa a correlação entre as condições de saneamento básico, coleta de lixo e os índices de infecção. Este estudo é crucial para entender o impacto da esquistossomose em populações vulneráveis e oferecer caminhos para políticas de saúde pública mais eficazes.
Este segundo capítulo complementa a análise epidemiológica do primeiro ao aprofundar a discussão sobre os fatores socioeconômicos que influenciam a disseminação da esquistossomose mansoni no Maranhão. Os autores exploram a relação entre condições de saneamento inadequadas, falta de acesso a água potável e os índices de infecção pela parasitose. Além disso, o capítulo oferece uma reflexão sobre as disparidades regionais e o impacto das políticas de controle da doença nas diferentes microrregiões do estado.
Neste capítulo, o foco desloca-se para a área de produção animal sustentável, explorando o uso de insetos e subprodutos como alternativas para a alimentação de codornas. O estudo apresenta uma análise inovadora do potencial nutritivo e econômico dessas fontes alimentares alternativas, que podem reduzir o impacto ambiental da produção animal convencional. O capítulo aborda a viabilidade técnica e os benefícios ambientais dessa prática, mostrando como a introdução de insetos na dieta de aves pode contribuir para um modelo mais sustentável de produção.
O último capítulo foca na aquicultura e na importância do manejo adequado da qualidade da água em sistemas de pesque-pague no Brasil. Os autores discutem o papel do fitoplâncton na manutenção da saúde dos ecossistemas aquáticos e no sucesso da aquicultura. A qualidade da água emerge como um elemento essencial para a sustentabilidade desses sistemas, que demandam monitoramento rigoroso para evitar eutrofização e outros desequilíbrios ecológicos. O capítulo também explora as boas práticas de manejo que podem garantir o sucesso econômico e ambiental de pesque-pagues, com base em estudos realizados em várias regiões do país.
A coletânea apresentada neste livro oferece uma visão abrangente de questões fundamentais para a saúde pública, a produção sustentável e o manejo ambiental no Brasil. Através da integração de estudos epidemiológicos, socioeconômicos e ecológicos, a obra pretende ser uma referência para pesquisadores, gestores de políticas públicas e profissionais da área de saúde e meio ambiente que buscam soluções sustentáveis e eficazes para os desafios enfrentados nas suas respectivas áreas.

Adrielle Rodrigues Costa e José Weverton Almeida-Bezerra