Publicado em 14 de dezembro de 2022.
A coleção "A Sociologia e as Formações Sociais", agora em seu segundo volume, justifica-se por esta ciência ter sua origem multidisciplinar, aglutinando o que havia de mais avançado em conhecimento filosófico (a dialética hegeliana alemã), político (o socialismo utópico francês) e científico (a economia política inglesa) do século XIX.
A partir dessa matriz, Karl Marx, vão surgir outras, disciplinares, que postularão um caráter científico positivista normativo, Émile Durkheim, como também, na passagem para o XX, a Sociologia compreensiva de Max Weber. 
As teorias sociológicas das formações sociais destes, intitulados os “três porquinhos” da Sociologia, estabelecem fundamentos epistemológicos sólidos para uma ciência que possui o objeto de estudos mais ousado e da mais complexa compreensão do que todas as demais: a sociedade em que vivemos.
O conceito de formação social indica um caminho, ao perceber o ambiente societário como construído em suas múltiplas determinações, um devir. Incita os autores do presente livro a buscar, pelas suas finas lentes de seus olhares plurais, debruçarem-se  sobre questões teóricas / empíricas relevantes, a partir de seus campos de saber - no sentido de Pierre Bourdieu -  e compreender, contextualizar e interpretar diversos objetos de investigação.
Com êxitos inegáveis de contribuições ao edifício do conhecimento, assumem e fazem usos de postulados sociológicos transversais que são a própria razão da Sociologia enquanto ciência mãe,  fundamental,  perpassando as ciências aplicadas emprestando os seus paradigmas, e, com isso, dialeticamente, garantido legitimidade e reconhecimento a si e às mesmas.
Sociológica, histórica, econômica e antropologicamente, estrutura social como inerente ao conceito de modo de produção significa uma determinada formação econômico-social, em que se sustenta a tese que o conceito, enquanto modelo abstrato que busca abarcar um determinado bloco histórico, tem o sentido metodológico do tipo ideal weberiano que busca a explicação da realidade pela aproximação à construção teórica empreendida. 
A atual formação social vislumbra o fortalecimento dos ditames capitalistas e mercadológicos através da reificação do corpo. A corpolatria é disseminada pelos meios de comunicação e mídias. Mais que [re]pensar as práticas esportivas para o desenvolvimento, é preciso [re]pensar o esporte como elemento de emancipação social dos corpos e dos homens.
Na combinação cidadania, educação e trabalho, a extensão da educação a todos se atrelou mais às necessidades econômicas e exigências do processo produtivo vigente e em evolução do que no processo de correção das desigualdades sociais. Para a educação de seus profissionais inteiramente qualificados, o capital sempre prescindiu do Estado, fornecendo suas próprias demandas, em face de seu caráter estratégico.
Precisa-se de “Perseus” para cortar a cabeça da Medusa e “despetrificar” o Sertão e o sertanejo, tomando-se as transformações recentes do Sertão do Pajeú como referência socioespacial em se que verifica uma microrregião que se encontra em trânsito da opacidade para a luminosidade geográfica, com espaços técnicos-científicos-informacionais se ampliando.
Boa leitura!

Dr. Hélio Fernando Lôbo Nogueira da Gama