Publicado em 04 de novembro de 2024.

 

A presente coletânea intitulada: A Instrumentalidade do Serviço Social nos diferentes espaços sócio-ocupacionais do/a Assistente Social busca acrescentar elementos teórico-práticos à discussão sobre a instrumentalidade do Serviço Social em alguns campus de trabalho deste profissional, composta, portanto, por artigos de diversos autores/as, os quais conformam uma organização em capítulos. 
O Serviço Social, permeado por múltiplas determinações em seu processo de legitimação e profissionalização no contexto brasileiro, se constitui num conjunto de expressões teórico-políticas delineadas por momentos históricos distintos das conjunturas nacionais e internacionais. O trabalho profissional é condicionado por determinações sócio-históricas, autoimplicando na constituição de sua trajetória intelectivo-prática, expressa nos modos distintos de ler e conceber a realidade social, seja a partir do pensamento conservador, do pensamento progressista e/ou da tradição marxista, incorrendo na construção de práticas profissionais diversas. 
Entre os anos de 1979 aos dias atuais, o Serviço Social brasileiro consolidou-se, avançou, conquistou e ganhou uma nova legitimidade, com saldos positivos para o trabalho profissional e para o atendimento às demandas sócioprofissionais. E não é casual que foi exatamente nesse período que o Serviço Social passou a ter audiência universitária, reconhecida como uma área de produção de conhecimentos e produziu de fato conhecimentos, tais como a discussão acerca do mundo do trabalho, da política social, da questão social, do Estado, da ética, da instrumentalidade profissional, da diversidade humana: feminismo, questão étnico-racial, diversidade sexual e identidade de gênero, dentre outras. 
Conquanto, existe um ranço histórico que confunde instrumentalidade e instrumentais técnicos do trabalho profissional, não apenas pela semântica das palavras, mas pelo seu real significado prático para a profissão. Guerra (2014) afirma que a instrumentalidade no exercício profissional refere-se, não ao conjunto de instrumentos e técnicas, mas a uma determinada capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, construída e reconstruída no processo sócio-histórico. 
Assim sendo, os diversos artigos que dão forma a esta obra partem do entendimento que a instrumentalidade ensejada na racionalidade crítico-dialética supera a compreensão que a vincula apenas aos instrumentos e/ou técnicas, todos embebidos no materialismo histórico-dialético, pelo qual se busca apreender as determinações e expressões da instrumentalidade profissional do/a Assistente Social nos espaços sócio-ocupacionais aqui analisados. Desta forma, nesta coletânea o/a leitor/a poderá encontrar elementos teórico-práticos que transitam nas mediações entre a instrumentalidade, racionalidades e a categoria trabalho. 
    
Dr. Jodeylson Islony de Lima Sobrinho