Desafios enfrentados no confinamento social
Desde março de 2020, o mundo todo tem vivido uma nova forma de organização social diante da pandemia do novo coronavírus e da doença infecciosa provocada por ele, a COVID-19, que afeta principalmente o sistema respiratório e tem atingido uma quantidade alarmante de pessoas ao redor do globo, número que já ultrapassa 170 milhões, com mais de 3,5 milhões de vítimas fatais.
Diante de tal ameaça, todos os países tiveram que se reorganizar para tentar conter o avanço indiscriminado do vírus, e diversas medidas foram tomadas, como uso obrigatório de máscaras em lugares públicos, álcool gel para limpeza das mãos disponibilizado em comércios, cancelamento total de shows e quaisquer tipo de apresentações que envolvam aglomerações, eventos esportivos sem presença de público, fechamento de parques e outros tipos de espaços públicos, períodos de restrições ao comércio em que somente serviços essenciais (supermercados, farmácias, postos de gasolina etc.) podem permanecer abertos e até mesmo períodos de lockdown absoluto, nos quais as pessoas eram proibidas de circular nas ruas (sob risco de serem multadas), com algumas exceções. E uma das medidas diz respeito diretamente ao tema deste blog: o cancelamento das aulas presenciais.
Desde o início de 2021, as aulas presenciais no ensino fundamental e médio, tanto nas escolas públicas quanto particulares, vêm sendo gradativamente retomadas, com um percentual máximo de alunos permitidos por sala, mas o mesmo não se aplica ao ensino superior. Nas faculdades e universidades, tanto nos cursos de graduação quanto de pós-graduação, as aulas permanecem remotas, realizadas em ambientes virtuais, como chats, teleconferências e portais de ensino. E ainda que esta nova forma de ensino venha se mostrando viável e até mesmo eficaz diante da situação de pandemia, não há como negar que ela exige diversas adaptações por parte de discentes e docentes, que precisam enfrentar desafios para tornar possível o ensino superior nestes tempos de profundas transformações sociais.
Com a impossibilidade de acesso a bibliotecas, os livros em formatos digitais praticamente se tornaram a norma. Os relacionamentos interpessoais entre alunos se dão por meio virtual, e os grupos de WhatsApp e as teleconferências são o novo formato para grupos de pesquisa e de trabalhos. As novas amizades que antes aconteciam dentro das salas de aula e demais espaços do campus, agora acontecem pelas redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas e chamadas de voz para dispositivos móveis.
Congressos, eventos acadêmicos e palestras são transmitidos por vídeo ou podcast, o que, apesar de trazer algumas limitações, também confere vantagens por permitir o fácil acesso a esses eventos, sem a necessidade de deslocamento e viagens de longa distância, e a redução das despesas para a organização e realização desses eventos impacta, inclusive, na diminuição dos valores das inscrições.
A utilização de laboratórios e demais espaços de pesquisas acontece por meio de agendamento prévio, com número bastante reduzido de pessoas utilizando o mesmo local ao mesmo tempo. E o acesso a serviços e documentos fornecidos pelas universidades ocorre integralmente por ambiente virtual, mediante assinaturas e autenticações digitais para conferir a integridade dos documentos.
O conteúdo de provas teve que ser adaptado para permitir consultas ou então mediante supervisão remota. A entrega de trabalhos, artigos e monografias dão a tônica da vez, e as ferramentas digitais para a busca de plágios são cada vez mais utilizadas. E as aulas em si ainda buscam adaptação diante de novos recursos, usos e formatos, com abundâncias de vídeos, apresentações de slides e textos digitais, sendo as teleconferências e o compartilhamento de tela ferramentas praticamente onipresentes. Já não é mais possível ser um aluno universitário sem um computador, notebook ou dispositivo móvel com câmera, microfone e caixas de som ou fones de ouvido e conexão com a internet. Sem a tecnologia digital, nada disso seria possível. Esta é a nova realidade de graduandos, pós-graduandos e professores do ensino superior.
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