46% do total de pesquisadores da América Latina são mulheres
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a América Latina, o Caribe e a Ásia Central são as únicas regiões do mundo que alcançaram certa paridade na proporção de pesquisadoras do sexo feminino em relação ao masculino nos últimos anos. Considera-se essa equivalência quando 45% a 55% dos estudiosos são mulheres.
Um Relatório British Council, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), divulgado neste mês, demonstra que 46% dos pesquisadores dos países da América Latina e do Caribe são mulheres mas, apesar disso, ainda há desigualdade de gênero quando consideramos algumas áreas ou países individualmente.
Especialmente nos campos da tecnologia, engenharia e matemática, ainda há grande disparidade. Em países como Peru e Bolívia o número de pesquisadoras dessas áreas é de apenas 20%. Se considerarmos os números gerais de pesquisas por países da América Latina também há grande diferença.
No Brasil, a porcentagem de pesquisas assinadas por mulheres chega a 72% e, logo atrás, vem a Argentina com 67%, números bastante altos. Em contrapartida, em El Salvador, elas respondem por apenas 43% do total de pesquisas registradas. Mas o que explica isso? Muitos problemas sociológicos mas, principalmente, a falta de incentivo às mulheres desde a educação básica, como se a ciência fosse um local de representação masculino, causando menor adesão das jovens às carreiras em ciência e tecnologia em todo o mundo.
É uma grande felicidade estarmos inseridos em um país e em uma região em que as mulheres estão conquistando cada vez mais seus espaços na ciência, mas é preciso continuar lutando. De acordo com os últimos dados da Unesco (2020), a porcentagem média global de mulheres cientistas era de 33%, ou seja, a paridade ainda está longe de ser conquistada por completo.
*Com dados da Agência Brasil