Voz e Silêncio na Poesia de Ferreira Gullar: Grafias do Eu e da Cidade
Em 1999, quando publica o seu livro Muitas Vozes, o poeta Ferreira Gullar traz à tona uma escrita marcada pela reflexão acerca da morte e do papel da poesia. Neste trabalho pretende-se fazer uma análise da escrita do “eu” nos poemas desse livro que foi publicado depois de doze anos de silêncio do autor, observando-se como esse poeta que “empresta/às coisas/sua voz” recria as paisagens e as imagens das cidades de São Luís do Maranhão e do Rio de Janeiro, com os seus barulhos e silêncios. Neste estudo será discutido como o poeta, ao grafar-se como um sujeito “coabitado por muitas vozes”, recria o seu itinerário de viajante foragido e sobrevivente de um período histórico do País, a ditadura militar. Assim, este trabalho colocará em evidência o fato de que “O homem está na cidade” e “a cidade está no homem”, ou seja, quando o poeta elabora, em seus poemas, o seu autorretrato, ele desenha um mapa poético com várias cidades.
Voz e Silêncio na Poesia de Ferreira Gullar: Grafias do Eu e da Cidade
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DOI: 10.22533/at.ed.33621060510
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Palavras-chave: Poesia brasileira, cidade, paisagem, Ferreira Gullar
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Keywords: Brazilian Poetry, city, landscape, Ferreira Gullar
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Abstract:
In 1999, when the poet Gullar publishes his book Muitas Vozes (‘Many Voices’), brings up a writing marked by a reflection on death and the role of poetry. This work is intended to make a written analysis of the "self" in the poems of this book that was published after 12 years of the author's silence, observing the way this poet who "lends / his voice/ to things" recreates the landscapes and images of the cities of São Luís do Maranhão and Rio de Janeiro with its sounds and silences. This study will discuss how the poet who writes as a subject "cohabited by many voices," recreates his itinerary of a fugitive traveler and survivor of a country's historical period, the military dictatorship. Thus, what will be put into evidence in this study is “The man is in town" and "the city is inside the man", that is, when the poet draws up his self-portrait in his poems as he draws a poetic map with several cities.
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Número de páginas: 15
- ILCA VIEIRA DE OLIVEIRA