Vítimas e Psicopatas
Quando abordamos a relação entre vítimas e psicopatas, e focamos a análise nas vítimas, sobressai a heterogeneidade das últimas. Entre outros, fatores como a idade, a relação existente entre vítima e agressor, a duração dessa relação, a idade em que se iniciou a relação, o contexto emocional, as circunstâncias em que se verificou a vitimização, os motivos por que tal aconteceu, permitem-nos compreender essa ampla heterogeneidade. Sendo verdade que existe um conjunto de características em certos indivíduos de elevada psicopatia que os tornam hábeis em seduzir, manipular e ludibriar os outros, também é verdade que alguns traços de personalidade potenciam a vulnerabilidade a indivíduos de elevada psicopatia e a tornam mais suscetível a permanecer numa relação abusiva (Pereira et al., 2020).
Os psicopatas cometem, com frequência, atitudes reprováveis não necessariamente criminais: exploram as pessoas e deixam-nas carenciadas e maltratadas. Todavia, inúmeras pessoas associam os psicopatas a indivíduos que cometeram crimes graves e desconhece que os psicopatas podem ser indivíduos bem-sucedidos profissionalmente, nunca ter estado numa prisão e nunca terem cometido crimes violentos – esta ignorância potencia a vitimização, nomeadamente, quando os psicopatas são mais sofisticados e manipuladores.
Como seria expectável, são vastas e problemáticas as consequências para as vítimas que vivem com os psicopatas, mas, também, para outras pessoas, dado que as repercussões são amplas ao nível da saúde física e mental, mas também nos domínios escolar, profissional, social, material e forense.
Vítimas e Psicopatas
-
DOI: 10.22533/at.ed.2172105078
-
Palavras-chave: Psicopatia, Psicopata, Vítima, Manipulação, Ofensa
-
Keywords: Psychopathy, Psychopath, Victim, Manipulation, Offense
-
Abstract:
When we approach the relationship between victims and psychopaths, and focus the analysis on the victims, the heterogeneity of the latter stands out. Among others, factors such as age, the relationship between victim and aggressor, the duration of that relationship, the age at which the relationship started, the emotional context, as a consequence of victimization, the reasons why this happened, it allows us to understand this wide heterogeneity. While it is true that there is a set of characteristics in certain individuals with high psychopathy and more adept at seducing, manipulating and deceiving others, it is also true that some victims personality traits enhance the vulnerability to qualified psychopaths and become more susceptible to remain in an abusive relationship (Pereira et al., 2020).
Psychopaths often commit reprehensible attitudes that are not necessarily criminal: they exploit people and leave them in need and mistreated. However, people associate psychopaths with those who have committed serious crimes and are unaware that psychopaths can be desired to succeed professionally, never to have been in prison and never to have committed violent crimes – this ignorance potentiates victimization, specifically, when psychopaths are more sophisticated and manipulators.
As would be expected, consequences for the victims who live with psychopaths, but also for other people, are vast and problematic as given that the repercussions are wide in terms of physical and mental health, but also in school, professional, social, material and forensic domains.
-
Número de páginas: 16
- Diana Moreira
- Jose Fernando Santos Almeida