VIOLENCIA ESCOLAR E SINTOMAS VOCAIS AUTORREFERIDOS POR PROFESSORES DO ENSINO PÚBLICO
Introdução: A violência é compreendida como um problema de saúde pública e consiste em qualquer atitude ou ação que cause algum prejuízo físico, social, psicológico e/ou espiritual à uma pessoa ou ser vivo. A literatura recomenda que o professor tenha em sala de aula uma voz clara, potente, estável e animada. Porém, a violência escolar quando presente, poderá afetar a produção vocal do professor. Objetivo: Descrever a violência escolar e os sintomas vocais autorreferidos por professores do ensino público. Método: Trata-se de um estudo descritivo, observacional, transversal, que foi realizado na rede pública ensino da cidade de Cuiabá-MT. Foram selecionados profissionais que atuam como professores na rede pública de ensino, sendo aplicado o Questionário Condição de Produção Vocal – Professor (CPV-P) elaborado por Ghirardi e colaboradores (2013), que visa investigar os comportamentos vocais de professores durante as atividades profissionais e pessoais. Os dados coletados foram tabulados e submetidos à análise descritiva. Resultados: 80 professores participaram do estudo, sendo 75,8% mulheres. Quanto a frequência com que sofrem violência escola, 22,5% disseram nunca, 41,3% raramente, 25% as vezes, 11,3% quase sempre, 0% sempre. O tipo de violência mais prevalente na escola foi “brigas entre alunos” (92,5%), bem como 46,2% referiram ter sofrido violência contra professores e funcionários. A maioria referiu que a violência escolar afetou a voz (65%) e que a voz piorou após sofrer algum tipo de violência (66,2%). Os sintomas vocais mais percebidos após a violência escolar foram garganta seca (71,2%), rouquidão (68,7%) e cansaço ao falar (65%). A análise bivariada que demonstrou uma associação significativa entre a violência contra professores e funcionários com o sintoma de perda da voz (OR 2,71 e p-valor = 0,014). Conclusão: Os resultados nos mostram que os problemas vocais autorreferidos pelos professores, podem ser ligados não somente ao mau hábito de uso vocal, mas também à violência nas escolas, ou seja, de cunho emocional, visto que a maioria dos profissionais que responderam ao questionário, referiram que a violência ocorrida em âmbito escolar, afetam sua voz.
VIOLENCIA ESCOLAR E SINTOMAS VOCAIS AUTORREFERIDOS POR PROFESSORES DO ENSINO PÚBLICO
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DOI: 10.22533/at.ed.87921210521
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Palavras-chave: Voz, Qualidade da Voz; Professor, Violência.
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Keywords: Voice; Voice Quality; Teacher; Violence.
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Abstract:
Introduction: Violence is understood as a public health problem and consists of any attitude or action that causes any physical, social, psychological and / or spiritual damage to a person or a living being. Literature recommends that the teacher has a clear, powerful, stable and lively voice in the classroom. However, school violence, when present, may affect the vocal production of the teacher. Objective: To describe school violence and self-reported vocal symptoms by public school teachers. Method: This is a descriptive, observational, cross-sectional study, which was carried out in public schools in the city of Cuiabá-MT. Professionals who work as teachers in the public school system were selected, using the Vocal Production Condition Questionnaire - Teacher (CPV-P) prepared by Ghirardi and collaborators (2013), which aims to investigate the vocal behavior of teachers during professional activities and personal. The collected data were tabulated and submitted to descriptive analysis. Results: 80 teachers participated in the study, 75.8% of whom were women. As for the frequency of school violence, 22.5% said never, 41.3% rarely, 25% sometimes, 11.3% almost always, 0% always. The most prevalent type of violence at school was “fights between students” (92.5%), as well as 46.2% reported having suffered violence against teachers and staff. Most reported that school violence affected the voice (65%) and that the voice worsened after suffering some type of violence (66.2%). The most common vocal symptoms after school violence were dry throat (71.2%), hoarseness (68.7%) and tiredness when speaking (65%). The bivariate analysis that demonstrated a significant association between violence against teachers and staff with the symptom of loss of voice (OR 2.71 and p-value = 0.014). Conclusion: The results show us that the vocal problems self-reported by teachers, can be linked not only to the bad habit of vocal use, but also to violence in schools, that is, of an emotional nature, since most professionals who answered the questionnaire, reported that the violence that occurred at school affects their voice.
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Número de páginas: 14
- Walkiria Barbosa Santos
- Luana Medeiros de Azevedo
- Andréia Cristina Munzlinger dos Santos