A Atropa belladonna é uma planta

conhecida por ser utilizada em rituais e

envenenamentos, o consumo da mesma ou de

seus derivados pode resultar em uma síndrome

anticolinérgica, sendo este, seu principal fator

de toxicidade devido a presença de alcalóides

tropânicos como: atropina, escopolamina e

hiosciamina, nas suas raízes, folhas e frutos.

Crianças estão mais susceptíveis a esse

quadro pois apresentam maior sensibilidade

aos compostos, podendo resultar em óbito

em doses menos expressivas, comparadas a

adultos. Avaliando esses fatores este trabalho

visa realizar estudo sobre os potenciais riscos

toxicológicos da utilização de derivados da

Atropa Belladonna em crianças. Realizou-se

uma revisão bibliográfica na base de relatos

de eventos adversos da FDA (Food and Drug

Administration) e publicações em bases

eletrônicas e revistas científicas abrangendo

o período 2010 até 2019. Foram notificados

casos graves de intoxicações e óbitos ao FDA.

Outros relatos de síndrome anticolinérgica

presentes na literatura descrevem o cenário de

uma garota sob tratamento com rifampicina e

isoniazida para tuberculose linfonodal e uma

criança de 20 dias de idade sob tratamento com

medicamento homeopático para cólica infantil.

É de suma importância orientar os pacientes

quanto ao uso, seus riscos, avaliar os efeitos

dos medicamentos homeopáticos e fitoterápicos

antes da distribuição ao público, com constante

atualização das normas de controle e prescrição

para medicamentos à base de plantas tóxicas

ou substâncias de baixo índice terapêutico.