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capa do ebook Uma proposta para a preservação do patrimônio industrial da Companhia Têxtil Brasil Industrial em Paracambi - RJ.

Uma proposta para a preservação do patrimônio industrial da Companhia Têxtil Brasil Industrial em Paracambi - RJ.

O Campus Paracambi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro localiza-se na antiga fábrica de tecidos Companhia Têxtil Brasil Industrial (CBTI) cuja construção remonta ao final do século XIX. Sua arquitetura e preservação impressionam funcionários e alunos que fazem parte da Instituição. Não apenas pelo que é visível e notório – trata-se de um conjunto de prédios em estilo inglês da era vitoriana –, mas por revelar que a história do município de Paracambi está diretamente vinculada ao funcionamento da fábrica. A Companhia Têxtil Brasil Industrial foi considerada a primeira grande fábrica de tecidos de algodão do Brasil, na década de 1880. Autorizada a funcionar pelo decreto 4.552, de 23 de julho de 1870, as instalações ficaram prontas em 1874. A Companhia, uma das onze fábricas de tecidos do Estado do Rio de Janeiro, empregava, em 1882, quatrocentos operários e operava com 400 teares. Está localizada na cidade de Paracambi que integra a região metropolitana do Rio de Janeiro.  O ponto de partida deste trabalho baseia-se na hipótese de que a história da cidade de Paracambi se confunde com a história da fábrica. É importante destacar que, em grande medida, o crescimento da cidade, seu desenvolvimento econômico-comercial, seu crescimento populacional e sua importância política tiveram na fábrica um fator catalisador. E junto com os tecidos produzidos na fábrica em escala industrial, foram tecendo-se as vidas, vivências e o cotidiano de muitas famílias estabelecidas em Paracambi. O tombamento provisório do conjunto arquitetônico, decretado em 16 de dezembro de 1985, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural-INEPAC foi uma das ações no sentido de preservar o a estrutura do antigo complexo industrial. Com o encerramento das atividades em 1996, o conjunto fabril foi comprado pelo Governo Municipal para instalar o Centro Universitário Tecnológico de Paracambi, hoje denominada “Fábrica do Conhecimento”, composta de diversas instituições públicas das três esferas de poder, totalizando em média 5100 alunos. Apesar da exuberância deste espaço, o desconhecimento do poder público local e da comunidade sobre a importância histórica e material deste patrimônio tem corroborado para sua alteração e depredação, colocando em risco não só a preservação, mas também a conservação da história da indústria nacional e da cidade de Paracambi. O projeto de criação do “Centro de Memória da Indústria do Trabalho Têxtil e do Museu da Indústria Têxtil de Paracambi” pode ser traduzido como uma tarefa de construção de um lugar de preservação de relatos, narrativas, imagens e vestígios que participam da construção e reconstrução das memórias sobre a Brasil Industrial e sobre a própria cidade de Paracambi.

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Uma proposta para a preservação do patrimônio industrial da Companhia Têxtil Brasil Industrial em Paracambi - RJ.

  • DOI: 10.22533/at.ed.54120010715

  • Palavras-chave: Brasil Industrial, História, Memória, Fábrica, Paracambi

  • Keywords: Industrial Brazil, History, Memory, Factory, Paracambi

  • Abstract:

    The Paracambi Campus of the Federal Institute of Education, Science and Technology of Rio de Janeiro is located in the former fabric factory Companhia Têxtil Brasil Industrial (CBTI) whose construction dates back to the end of the 19th century. Its architecture and preservation impress employees and students who are part of the Institution. Not only for what is visible and notorious - it is a set of buildings in the English style of the Victorian Age - but for revealing that the history of the municipality of Paracambi is directly linked to the operation of the factory. Companhia Têxtil Brasil Industrial was considered the first large cotton fabric factory in Brazil, in the 1880s. Authorized to operate by decree 4,552, of July 23, 1870, the facilities were ready in 1874. The Company, one of eleven fabric factories in the state of Rio de Janeiro, employed, in 1882, four hundred workers and operated with 400 looms. It is located in the city of Paracambi, which is part of the metropolitan region of Rio de Janeiro. The origin of this work is based on the hypothesis that the history of the city of Paracambi is confused with the history of the factory. It is important to highlight that, to a large extent, the city's growth, its economic-commercial development, its population growth and its political importance had a catalytic factor in the factory. And along with the fabrics produced at the factory on an industrial scale, the lives, experiences and daily lives of many families established in Paracambi began to be woven. The provisional heritage listing of the architectural complex, decreed on December 16, 1985, by the State Institute of Cultural Heritage-INEPAC was one of the actions aimed at preserving the structure of the old industrial complex. With the closure of activities in 1996, the factory was purchased by the Municipal Government to install the Technological University Center of Paracambi, now called “Knowledge Factory”, made up of several public institutions from the three spheres of power, totaling an average of 5100 students. Despite the exuberance of this space, the ignorance of the local public power and the community about the historical and material importance of this heritage has corroborated its alteration and depredation, putting at risk not only the preservation, but also the conservation of the history of the national industry and the city ​​of Paracambi. The project to create the “Textile Work Industry Memory Center and the Paracambi Textile Industry Museum” can be translated as a task of building a place to preserve reports, narratives, images and trace elements that participate in the construction and reconstruction of memories about Brasil Industrial and about the city of Paracambi itself.



     

  • Número de páginas: 18

  • Angelissa Tatyanne Azevedo Silva
  • DAVI PEREIRA ROMEIRO NETO
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