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capa do ebook TRAJETÓRIAS DO CUIDADO A MULHER EM SITUAÇÕES DE ABORTAMENTO:  RELATOS DE UM PERCURSO NA ATENÇÃO BÁSICA.

TRAJETÓRIAS DO CUIDADO A MULHER EM SITUAÇÕES DE ABORTAMENTO: RELATOS DE UM PERCURSO NA ATENÇÃO BÁSICA.

A maternidade apresenta-se como um dispositivo de controle sobre os corpos e subjetividades das mulheres e possui um marco histórico advindo da transição do Feudalismo para o Capitalismo onde o Estado, a Medicina e a Igreja, principais instituições sociais, adotaram valores e práticas pró-natalistas, os quais se ressignificaram e permanecem até a atualidade. (FREDERICI,2017).Portanto, este escrito configura-se como um resumo do trabalho desenvolvido como conclusão da Residência em Saúde de Família em Fortaleza-CE e partiu de inquietações quanto ao lugar socio-histórico da mulher e os adoecimentos advindos das diversas violações sofridas por nós. Esta pesquisa, então, voltou-se a apreender os sentidos e significados atribuídos a vivência do abortamento clandestino pelas usuárias e por profissionais da saúde. Para tanto, utilizamos uma metodologia qualitativa, a Entrevista Reflexiva, onde, a partir de entrevistas semi-dirigidas com duas enfermeiras, duas agentes comunitárias de saúde e duas enfermeiras residentes, compreendemos como as mulheres que foram levadas ao processo de abortamento clandestino são percebidas e cuidadas por profissionais da saúde. Após uma Análise Hermenêutica dos discursos elaboramos cinco categorias de significados onde explicitou-se os atravessamentos sócio-históricos e as vulnerabilidades presentes nessa trajetória. Nesse estudo compreendemos que a responsabilização exclusiva da mulher na escolha e evitação da maternidade, as vulnerabilidades sociais, a ausência de assistência social e de saúde para aquelas que decidem ser mãe atravessam diretamente a trajetória que leva à interrupção intecional da gestação. Outro ponto importante levantado foi o estigma que essas usuárias sofrem, o que impacta diretamente a sua acessibilidade aos equipamentos de saúde, apesar dos adoecimentos não somente físicos, mas também em saúde mental, advindos da imposição da maternidade e da criminalização do aborto. 
 
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TRAJETÓRIAS DO CUIDADO A MULHER EM SITUAÇÕES DE ABORTAMENTO: RELATOS DE UM PERCURSO NA ATENÇÃO BÁSICA.

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.97221160718

  • Palavras-chave: Aborto, Saúde da Mulher, Direitos Reprodutivos, Atenção Básica

  • Keywords: Abortion, Women's Health, Reproductive Rights, Primary Care

  • Abstract:

    Motherhood presents itself as a control device over the bodies and subjectivities of women and has a historical landmark arising from the transition from Feudalism to Capitalism, where the State, Medicine and the Church, the main social institutions, have adopted values ​​and practices pro -natalists, which will have a new meaning and remain until today. (FREDERICI, 2017). Therefore, this writing is a summary of the work developed as a conclusion of the Family Health Residency in Fortaleza-CE and started from concerns about the socio-historical place of women and the illnesses arising from the various violations suffered by us. This research, then, returned to apprehend the senses and meanings attributed to the experience of clandestine abortion by users and health professionals. Therefore, we use a qualitative methodology, Reflective Interview, where, based on semi-directed interviews with two nurses, two community health agents and two resident nurses, we understand how the women who were taken to the clandestine abortion process are perceived and cared for by health professionals. After a Hermeneutic Analysis of the speeches, we elaborated five categories of meanings where the socio-historical crossings and the vulnerabilities present in this trajectory were explained. In this study, we understand that the exclusive responsibility of women in choosing and avoiding motherhood, social vulnerabilities, the absence of social and health care for those who decide to become a mother directly cross the trajectory that leads to the intentional interruption of pregnancy. Another important point raised was the stigma that these users suffer, which directly impacts their accessibility to health equipment, despite not only physical illnesses, but also mental health, arising from the imposition of motherhood and the criminalization of abortion.

  • Número de páginas: 9

  • Katherine Jeronimo Lima
  • Yárita Crys Alexandre Hissa Medeiros
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