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RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA EM TEMPOS DE COVID-19: DESAFIOS E CONSEQUÊNCIAS

A resistência antimicrobiana (RAM) representa uma grave ameaça à saúde pública global, devido à sua elevada carga de doenças e perdas econômicas. A pandemia da COVID-19, enquanto uma grande crise sanitária, chamou a atenção mundial e influenciou tanto o controle do uso de antimicrobianos quanto a vigilância da RAM. Devido às semelhanças entre os sintomas da COVID-19 e da pneumonia bacteriana, juntamente com a ocorrência de infecções bacterianas/fúngicas secundárias, os clínicos encontraram desafios em aderir às diretrizes de prescrição de antibióticos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi realizar um estudo sobre o impacto da pandemia da COVID-19 no aumento da resistência antimicrobiana. Para isso, foi realizada uma revisão integrativa de literatura. Foram selecionados artigos publicados em língua inglesa nas bases de dados Scientific Direct e PubMed, entre janeiro de 2020 a dezembro de 2024. Foram utilizados os seguintes descritores: “COVID-19”, "SARS-CoV-2", “resistência antimicrobiana”, “antimicrobianos”, “antibióticos”, “tratamento”. Por meio da leitura minuciosa dos artigos selecionados, verificou-se que, apesar das recomendações de diretrizes internacionais e nacionais, houve um aumento significativo na prescrição de antibióticos para pacientes internados com COVID-19 durante a pandemia. Um fator preocupante nesse aumento foi devido a prescrição de antibióticos sem a confirmação de coinfecção bacteriana/fúngica. Somado a isso, meropenem foi o antibiótico mais prescrito. Em relação aos casos onde houve confirmação de coinfecção, observou-se que Staphylococcus aureus foi o principal microrganismo identificado, sendo este associado a casos de infeções nosocomiais e infecção do trato respiratório superior. Por fim, ao analisarmos os casos de automedicação, constatou-se que os antibióticos azitromicina e amoxicilina foram os mais utilizados, com a justificativa de aliviar sintomas ou prevenir a infecção pelo SARS-CoV-2. Portanto, pode-se concluir que a pandemia da COVID-19 contribuiu para o aumento da prescrição empírica de antimicrobianos. Além disso, o crescimento da automedicação é um fator preocupante, pois está diretamente associado ao aumento da resistência de bactérias e fungos aos antimicrobianos utilizados na terapêutica.A resistência antimicrobiana (RAM) representa uma grave ameaça à saúde pública global, devido à sua elevada carga de doenças e perdas econômicas. A pandemia da COVID-19, enquanto uma grande crise sanitária, chamou a atenção mundial e influenciou tanto o controle do uso de antimicrobianos quanto a vigilância da RAM. Devido às semelhanças entre os sintomas da COVID-19 e da pneumonia bacteriana, juntamente com a ocorrência de infecções bacterianas/fúngicas secundárias, os clínicos encontraram desafios em aderir às diretrizes de prescrição de antibióticos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi realizar um estudo sobre o impacto da pandemia da COVID-19 no aumento da resistência antimicrobiana. Para isso, foi realizada uma revisão integrativa de literatura. Foram selecionados artigos publicados em língua inglesa nas bases de dados Scientific Direct e PubMed, entre janeiro de 2020 a dezembro de 2024. Foram utilizados os seguintes descritores: “COVID-19”, "SARS-CoV-2", “resistência antimicrobiana”, “antimicrobianos”, “antibióticos”, “tratamento”. Por meio da leitura minuciosa dos artigos selecionados, verificou-se que, apesar das recomendações de diretrizes internacionais e nacionais, houve um aumento significativo na prescrição de antibióticos para pacientes internados com COVID-19 durante a pandemia. Um fator preocupante nesse aumento foi devido a prescrição de antibióticos sem a confirmação de coinfecção bacteriana/fúngica. Somado a isso, meropenem foi o antibiótico mais prescrito. Em relação aos casos onde houve confirmação de coinfecção, observou-se que Staphylococcus aureus foi o principal microrganismo identificado, sendo este associado a casos de infeções nosocomiais e infecção do trato respiratório superior. Por fim, ao analisarmos os casos de automedicação, constatou-se que os antibióticos azitromicina e amoxicilina foram os mais utilizados, com a justificativa de aliviar sintomas ou prevenir a infecção pelo SARS-CoV-2. Portanto, pode-se concluir que a pandemia da COVID-19 contribuiu para o aumento da prescrição empírica de antimicrobianos. Além disso, o crescimento da automedicação é um fator preocupante, pois está diretamente associado ao aumento da resistência de bactérias e fungos aos antimicrobianos utilizados na terapêutica.
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RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA EM TEMPOS DE COVID-19: DESAFIOS E CONSEQUÊNCIAS

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.781112524031

  • Palavras-chave: SARS-CoV-2; Coinfecção; Automedicação; Antibioticoterapia; Saúde Pública.

  • Keywords: SARS-CoV-2; Coinfection; Self-medication; Antibiotic therapy; Public health.

  • Abstract: Antimicrobial resistance (AMR) poses a serious threat to global public health due to its high disease burden and economic losses. The COVID-19 pandemic, as a major health crisis, has captured global attention and influenced both antimicrobial control and AMR surveillance. Due to the similarities between the symptoms of COVID-19 and bacterial pneumonia, along with the occurrence of secondary bacterial/fungal infections, clinicians have encountered challenges in adhering to antibiotic prescribing guidelines. Therefore, the aim of this study was to study the impact of the COVID-19 pandemic on the rise of antimicrobial resistance. For this purpose, an integrative literature review was conducted. Articles published in English in the Scientific Direct and PubMed databases between January 2020 and December 2024 were selected. The following descriptors were used: “COVID-19”, "SARS-CoV-2", “antimicrobial resistance”, “antimicrobials”, “antibiotics”, “treatment”. Through a thorough reading of the selected articles, it was found that, despite the recommendations of international and national guidelines, there was a significant increase in the prescription of antibiotics for hospitalized patients with COVID-19 during the pandemic. A worrying factor in this increase was the prescription of antibiotics without confirmation of bacterial/fungal co-infection. In addition, meropenem was the most prescribed antibiotic. Regarding the cases where co-infection was confirmed, it was observed that Staphylococcus aureus was the main microorganism identified, which was associated with cases of nosocomial infections and upper respiratory tract infections. Finally, when analyzing the cases of self-medication, it was found that the antibiotics azithromycin and amoxicillin were the most used, with the justification of alleviating symptoms or preventing infection by SARS-CoV-2. Therefore, it can be concluded that the COVID-19 pandemic contributed to the increase in the empirical prescription of antimicrobials. Furthermore, the growth of self-medication is a worrying factor, as it is directly associated with the increase in resistance of bacteria and fungi to the antimicrobials used in therapy.

  • José Lima Pereira Filho
  • Alexandre Cardoso dos Reis
  • Viviane da Silva Sousa Almeida
  • Francisco Jonathas Rodrigues Nogueira
  • Laís Araújo Souza Wolff
  • Tainara Silva Gomes
  • Igor Camilo de Alencar Lopes
  • Rayanne Aguiar Alves
  • Bruno Vinicius de Barros Abreu
  • Carla Milena Amorim Sá
  • Carla Daniele Pinheiro Rodrigues
  • Evelyn Cunha Ferreira
  • Israel Viegas Moreira
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