QUEM TEM MEDO DO INUMANO? AS REPRESENTAÇÕES DE HUMANIDADE E ANIMALIDADE NA LITERATURA DE FRANZ KAFKA.
O presente trabalho tem por objetivo explorar alguns dos possíveis desdobramentos da dicotomia entre humanidade e animalidade, particularmente, aquelas concepções relativas às relações entre humano, animal e inumano. Para tanto, foi realizada uma experimentação antropológica na literatura de Franz Kafka, principalmente em obras como A Metamorfose e Um Relatório para uma Academia, as quais são boas para pensar e tensionar os dualismos Natureza e Cultura/ Humanidade e Animalidade. Em um primeiro momento, a experimentação baseou-se na perspectiva geertziana de cultura como texto, com vistas a analisar códigos culturais na linguagem literária acerca das distinções ocidentais de animalidade/humanidade, como se a literatura representasse a cosmologia subjacente a tais distinções, se oferecendo como um lugar privilegiado de acesso a ela. Mas, posteriormente, sofre uma torção ao questionar a noção de arte enquanto materialização de um pensamento e inicia diálogos com Tim Ingold e Viveiros de Castro, introduzindo a perspectiva de antropologia enquanto vida e explorando o conceito de metamorfose a partir dos diferentes pontos de vista das personagens.
QUEM TEM MEDO DO INUMANO? AS REPRESENTAÇÕES DE HUMANIDADE E ANIMALIDADE NA LITERATURA DE FRANZ KAFKA.
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DOI: 10.22533/at.ed.6312108098
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Palavras-chave: Humanidade e animalidade, Literatura, Franz Kafka.
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Keywords: Humanity and Animality, Literature, Franz Kafka.
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Abstract:
The present paper aims to explore some of the possible consequences of the dichotomy between humanity and animality, particularly those concepts related to the relationship between human, animal and non-human. Therefore, an anthropological experiment was carried out in Franz Kafka's literature, mainly in works such as The Metamorphosis and A Report for an Academy, which are good for thinking about and stressing the dualisms of Nature and Culture/Humanity and Animality. At first, the experimentation was based on the Geertzian perspective of culture as a text, with a view to analyzing cultural codes in literary language about Western distinctions of animality/humanity, as if literature represented the cosmology underlying such distinctions, offering itself as a privileged place of access to it. But, later, it suffers a twist when it questions the notion of art as the materialization of a thought and starts dialogues with Tim Ingold and Viveiros de Castro, introducing the perspective of anthropology as life and exploring the concept of metamorphosis from the different points of view of the characters.
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Número de páginas: 26
- Maria Suely Kofes
- Camila Giesz Bortolin