PROJETO UFMT XINGU: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
O Projeto UFMT Xingu nasceu em 2017, quando professores e estudantes de medicina da Universidade Federal de Mato Grosso campus Sinop (UFMT-Sinop) foram a duas aldeias do Parque Indígena do Xingu (PIX) com o objetivo de entender e identificar as necessidades das comunidades que vivem naquelas terras, com ênfase no atendimento em saúde. Após traçar estratégias junto aos representantes indígenas, o projeto teve aval para seu início formal. Em 2018, iniciaram-se os trabalhos, com a oferta de assistência médica nas áreas de Psiquiatria, Pediatria, Oftalmologia e Odontologia, além de Medicina Preventiva, com o objetivo de chamar atenção para o uso crescente de álcool nas comunidades indígenas. Nossa equipe é composta por três médicos, sendo um psiquiatra, um oftalmologista e uma pediatra; uma dentista; onze acadêmicos e uma equipe de apoio logístico. Durante as expedições, foram realizadas capacitações para conscientizar sobre o consumo crescente de bebidas alcoólicas industrializadas pelos indígenas, expondo os malefícios causados pelo abuso de álcool de forma compreensível, com auxílio de um tradutor nativo, teatro e figuras visuais. Membros da comunidade expuseram suas vivências e dúvidas, e observou-se maior incidência de consumo de álcool nas comunidades geograficamente mais próxima às cidades, demonstrando grande influência da cultura urbana no modo de vida dos indígenas. Em 2018, 250 consultas foram realizadas nas aldeias Metyktire, Aribaru e Piaraçu, com 49 indígenas diagnosticados com baixa acuidade visual. Doações de óculos e 14 cirurgias de catarata foram efetuadas. Em 2019, na Aldeia Tuba Tuba, realizou-se 141 atendimentos médicos, atendimentos odontológicos e sessões de acupuntura. Foram doados 44 óculos e realizadas 9 cirurgias de catarata. Nosso foco é o cuidado transcultural, baseado nas crenças e valores de cada indivíduo. Prezamos pela troca bilateral de saberes entre os indígenas e os participantes do Projeto.
PROJETO UFMT XINGU: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
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DOI: 10.22533/at.ed.30020011217
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Palavras-chave: Saúde Indígena. Saúde Pública. Medicina Preventiva. Alcoolismo. Relato de Experiência
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Keywords: Public Health Service. Indigenous Health. Preventive Medicine. Alcoholism. Experience Report.
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Abstract:
The UFMT Xingu Project was born in 2017, when professors and medical students from the Federal University of Mato Grosso campus Sinop (UFMT-Sinop) went to two villages at the Xingu Indigenous Park (PIX) aiming to understand and identify the needs of the communities living in those lands, with an emphasis on health care. After drawing up strategies with indigenous representatives, the project had endorsement for its formal start. The work began in 2018, offering medical assistance in Psychiatry, Pediatrics, Ophthalmology and Dentistry, in addition to Preventive Medicine, with the goal of bringing attention to the increasing use of alcohol in indigenous communities. Our team is formed by three doctors - one psychiatrist, one ophthalmologist and one pediatrician; a dentist; eleven students and a logistical support team. During the expeditions, sessions were made to raise awareness on the growing consumption of industrialized alcoholic beverages by indigenous people, exposing all harm caused by alcohol abuse in an understandable manner, counting with the assistance of a native translator, theatrics and visual figures. Members of the community exposed their experiences and doubts, and a greater incidence of alcohol consumption was noticed in communities geographically closer to cities, demonstrating the influence of urban culture on the indigenous way of life. In 2018, 250 appointments were carried out in the villages of Metyktire, Aribaru and Piaraçu, with 49 natives been diagnosed with low visual acuity. Glasses’ donations and 14 cataract surgeries were performed. In 2019, at Aldeia Tuba Tuba, 141 medical appointments, dental appointments and acupuncture sessions were held, 44 glasses were donated and 9 cataract surgeries were performed. Our focus is on cross-cultural care, based on the beliefs and values of each individual. We appreciate the bilateral exchange of knowledge between indigenous people and the Project members.
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Número de páginas: 14
- Renata Pedroso Chimello
- Vitória Paglione Balestero de Lima
- Izabella Andrade Santos
- Douglas Yanai
- Anna Letícia Sant’Anna Yanai
- Duarte Antônio de Paula Xavier Fernandes Guerra
- Júlia Serpa Vale
- Oder Banhara Duarte
- Vilian Veloso de Moura Fé
- Pollyanna da Silveira Rodrigues
- Maria Clara Martins de Araújo
