PRECISA ESCREVER QUANTOS PARÁGRAFOS? UMA ANÁLISE DE RELATOS AUTOBIOGRÁFICOS NA UNIVERSIDADE
Este trabalho visa relacionar a quantidade de parágrafos redigidos pelos estudantes na produção escrita de um determinado gênero textual (o relato autobiográfico) com o planejamento textual como um todo. A fundamentação teórica envolveu a concepção de texto conforme Goldstein, Louzada e Ivamoto (2009), a proposta de produção dialógica do texto escrito (Sautchuk, 2003), o conceito de gênero textual (Marcuschi, 2010), a definição de sequência narrativa (Cavalcante, 2011), de tópico discursivo (Koch e Elias, 2010) e de parágrafo (Serafini, 2000). A metodologia para obtenção dos dados consistiu em solicitar aos estudantes universitários ingressantes a elaboração de um relato autobiográfico a respeito da experiência deles com a leitura e a escrita a partir de um roteiro composto por 5 questões. O corpus foi constituído por 111 relatos autobiográficos elaborados entre os anos de 2011 e 2015 por estudantes de 9 cursos de graduação da UFRN (Artes Visuais, Ciências Sociais, Publicidade, Jornalismo, Filosofia, Física, Matemática, Música e Pedagogia). A análise indicou que a maioria dos estudantes optou por redigir relatos autobiográficos de 3 parágrafos. Essa preferência parece remeter a um conceito cristalizado de que todo texto deve ter uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão, materializados em um parágrafo cada. A partir dessa análise, podem ser propostas novas possibilidades de ensino da organização das ideias em parágrafos considerando características específicas de determinados gêneros textuais e sequências textuais.
PRECISA ESCREVER QUANTOS PARÁGRAFOS? UMA ANÁLISE DE RELATOS AUTOBIOGRÁFICOS NA UNIVERSIDADE
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DOI: 10.22533/at.ed.43620250913
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Palavras-chave: produção textual; gêneros textuais; sequências textuais; parágrafo; ensino.
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Keywords: textual writting; textual genders; textual sequences; paragraph; teaching.
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Abstract:
This paper aims to relate the quantity of paragraphs wirtten by students during writing production of a certain textual gender (autobiographical report) to the textual organization as a whole. Theoretical basis involved text concept according to Goldstein, Louzada e Ivamoto (2009), the proposal of a dialogical production of written text (Sautchuk, 2003), textual gender concept (Marcuschi, 2010), definition of narrative sequence (Cavalcante, 2011), discursive topic (Koch e Elias, 2010) and paragraph (Serafini, 2000). Metodology for data obtention consisted in asking university students to elaborate an autobiographical report referring to their experience with reading and writing considering a script composed by 5 questions. Corpus was constituted by 111 autobiographical reports elaborated during the years of 2011 and 2015 by students of 9 graduation coursers at UFRN (Visual Arts, Social Sciences, Publicity, Journalism, Philosophy, Physics, Mathematics, Music and Education). Analysis indicated that most of students chose to write autobiographical reports consisted of 3 paragraphs. This preference seems to indicate a crystalized concept that says that every text must have an introduction, a development part and a conclusion, materialized in a paragraph each. Considering this analysis, new possibilities of teaching regarding organization of ideas into paragraphs can be proposed considering specific characteristics of certain textual genders and textual sequences.
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Número de páginas: 8
- Erica Reviglio Iliovitz