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capa do ebook Por que a antibioticoterapia ainda não deve ser a primeira escolha de tratamento para a apendicite aguda

Por que a antibioticoterapia ainda não deve ser a primeira escolha de tratamento para a apendicite aguda

Introdução: Tradicionalmente, desde que foi proposta por Mcburney (1889), a laparotomia é considerada o único tratamento eficaz para apendicite aguda (AA). Depois do desenvolvimento da laparoscopia, esta vem substituindo a laparotomia devido a melhores resultados. Coldrey (1959), foi o primeiro a sugerir a possibilidade de tratamento não-operatório (TNO). Em 1995, Eriksson e Granstrom publicaram o primeiro estudo comparativo entre pacientes submetidos ao tratamento operatório (TO) e ao TNO, o qual demonstrou que o uso de antibióticos como primeira escolha chegou a diminuir de 10-16% de cirurgias desnecessárias. Objetivo: Realizar uma revisão não-sistemática de metanálises publicadas nos últimos 2 anos para demonstrar que o TNO da AA, ainda não é o método de escolha. Método: Foram avaliadas metanálises de 2018 a 2020, que abordaram comparativamente TO e TNO para os casos de AA. A pesquisa foi realizada em bases digitais através de descritores. Resultados: Rodriguez Fernandez (2019) analisou como os antibióticos poderiam ser usados como única terapia para AA. Houve evidências de até 30% de falhas. Yang et al (2019) analisaram 2700 pacientes e compararam seus resultados, obtendo resultados semelhantes. Analisando o TNO comparado com o TO observaram 80,2% VS 96,6% para a eficácia e de 12,6% VS 18,4% para complicações, respectivamente. Concordando com Yang, Prechal D et al (2019) analisaram cinco estudos, com 1430 pacientes. Destes, 62,6% foram submetidos a TNO e 37,4% a TO. A eficácia cirúrgica foi evidenciada em 96,3% e a conservadora em 62,6%. Para Allende R et al (2018) o TNO na AA não-complicada pode ter menor taxa de complicações, porém possui menor eficácia que o TO. Poprom N et al (2018) também compararam o sucesso do TO e TNO, indicando que no primeiro a chance de recorrência é nula. Le-wee Bi et al (2019), compararam o TNO e o TO para AA não-complicada na faixa pediátrica. Foi constatado que é uma opção segura com menor incidência de complicações, tempo de internação e custo total. Por outro lado, é evidente a preocupação com a recorrência. Concordando, Podda et al (2019), preconizam que embora o TNO seja uma opção viável, as taxas de sucesso são maiores com o TO. Conclusão: Apesar das evidências de sucesso do TNO, há ainda uma lacuna na comparação dos métodos utilizados e da recorrência a longo prazo. Sendo assim, o TO para AA permanece como principal atualmente.

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Por que a antibioticoterapia ainda não deve ser a primeira escolha de tratamento para a apendicite aguda

  • DOI: 10.22533/at.ed.55821120522

  • Palavras-chave: Apendicite aguda, Tratamento conservador, Tratamento cirúrgico, Antibioticoterapia

  • Keywords: Acute appendicitis, Conservative treatment, Surgical treatment, Antibiotic therapy

  • Abstract:

    Introduction: Traditionally, since it was proposed by Mcburney (1889), laparotomy is considered the only effective treatment for acute appendicitis (AA). After the development of laparoscopy, it has been replacing laparotomy due to better results. Coldrey (1959), was the first to suggest the possibility of non-operative treatment (TNO). In 1995, Eriksson and Granstrom published the first comparative study between patients undergoing operative treatment (OT) and TNO, which demonstrated that the use of antibiotics as the first choice came to decrease by 10-16% of unnecessary surgeries. Objective: To carry out a non-systematic review of meta-analyzes published in the last 2 years to demonstrate that AA TNO is not yet the method of choice. Method: Meta-analyzes from 2018 to 2020 were evaluated, which compared TO and TNO for AA cases comparatively. The research was carried out on digital bases using descriptors. Results: Rodriguez Fernandez (2019) analyzed how antibiotics could be used as the only therapy for AA. There was evidence of up to 30% of failures. Yang et al (2019) analyzed 2700 patients and compared their results, obtaining similar results. Analyzing TNO compared to TO, they observed 80.2% VS 96.6% for efficacy and 12.6% VS 18.4% for complications, respectively. In agreement with Yang, Prechal D et al (2019) analyzed five studies, with 1430 patients. Of these, 62.6% were submitted to TNO and 37.4% to TO. Surgical efficacy was evidenced in 96.3% and conservative in 62.6%. According to Allende R et al (2018), TNO in uncomplicated AA may have a lower rate of complications, but it is less effective than OT. Poprom N et al (2018) also compared the success of TO and TNO, indicating that in the former the chance of recurrence is nil. Le-wee Bi et al (2019), compared TNO and TO for uncomplicated AA in the pediatric range. It was found that it is a safe option with a lower incidence of complications, length of hospital stay and total cost. On the other hand, concern about recurrence is evident. Accordingly, Podda et al (2019), advocate that although TNO is a viable option, success rates are higher with TO. Conclusion: Despite the evidence of successful TNO, there is still a gap in the comparison of the methods used and the long-term recurrence. Therefore, TO for AA remains as the main one today.

  • Número de páginas: 4

  • Ana Carolina Betto Castro
  • Vinícius Magalhães Rodrigues Silva
  • Lorrana Alves Medeiros
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