Obesidade: Fatores de risco e tratamento à cerca deste importante problema de saúde pública
Introdução: A obesidade é, atualmente, um dos principais problemas de
saúde pública, sendo considerada uma doença crônica caracterizada pelo aumento
da adiposidade corporal.1 A Organização Mundial de Saúde2, utiliza como parâmetro
o índice de massa corporal (IMC), obtido a partir da relação entre peso corpóreo (kg)
e estatura (m)² dos indivíduos para diagnosticar a obesidade. Através deste
parâmetro, a doença é classificada em três graus: obesidade grau I (IMC entre 30 e
34,9 kg/m2), grau II (IMC entre 35 e 39,9 kg/m2) e grau III, severa ou mórbida (IMC
acima de 40 kg/m2). O sobrepeso e a obesidade apresentam etiologia multicausal,
abrangendo componentes genéticos, fisiológicos, metabólicos e psicológicos. Muitos
autores que tratam da etiologia da obesidade destacam seu caráter multifatorial,
apontando essa patologia como resultante de vários fatores, atuantes, na maioria
dos casos, de forma combinada.3 Vários distúrbios metabólicos relacionados à
obesidade podem ser achados isolados de exames clínicos ou laboratoriais.
Estudiosos apontam que não existe um tratamento dietoterápico que seja
totalmente eficaz para todos os casos, deve-se sempre tratar cada caso de maneira
personalizada e contar sempre com a ajuda do paciente, buscando a reeducação
alimentar.4 Objetivo: Levantar na literatura publicações a respeito da obesidade, bem
como seus fatores de risco e tratamento. Materiais e métodos: A presente pesquisa
foi realizada por meio de uma revisão narrativa de literatura, com a utilização dos
bancos de dados SciELO e MEDLINE, utilizando os descritores Obesidade,
Tratamento e Fatores de risco. Foram incluídos nesta pesquisa apenas artigos
publicados em periódicos em língua inglesa e portuguesa. Resultados: Os estudos
envolvidos no presente trabalho apontam o sedentarismo e alimentação incorreta
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como as principais causas da obesidade. No caso de crianças e adolescentes,
formas de lazer sedentárias como, por exemplo, assistir televisão ao invés de praticar
alguma atividade física, tem agravado ainda mais a situação, apresentando uma
correlação positiva entre o tempo gasto nessas atividades e o índice de massa
corporal (IMC).5 A influência da mídia, que vem induzindo novos hábitos alimentares
através da propaganda, o ingresso da mulher no mercado de trabalho, o desmame
precoce, a introdução de alimentos altamente calóricos desde o início da vida e a
substituição de refeições saudáveis por alimentos prontos e fast-foods são
considerados fatores que contribuíram de forma expressiva para o aumento do
número de casos de obesidade.6 Pode-se afirmar que as consequências da
obesidade têm implicações de caráter metabólico, anatômico, psicológico e
comportamental. Doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão arterial,
dislipidemias, problemas ortopédicos devido ao peso excessivo sobre os ossos, e até
mesmo a própria limitação articular e de movimentação para a realização de
algumas atividades diárias, estão entre as principais consequências da obesidade
relatadas na literatura.7Foram apontados vários meios de tratamento para
obesidade como o uso de medicamentos diuréticos e anorexígenos, cirurgia
bariátrica, entre outros. Porém, a alimentação adequada associada à prática de
atividade física regular tem se mostrado eficazes no tratamento dessa patologia.8
Conclusão: É necessário o desenvolvimento de medidas que busquem a redução da
prevalência da obesidade e de suas comorbidades, através do controle dos seus
fatores de risco. É de suma importância uma maior compreensão de aspectos
relacionados a esta patologia e suas complicações, a fim de que se trace estratégias
para redução desse número de indivíduos obesos.
Obesidade: Fatores de risco e tratamento à cerca deste importante problema de saúde pública
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DOI: Atena
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Palavras-chave: Obesidade; Tratamento; Fatores de Risco.
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Keywords: Obesity; Treatment; Risk factors.
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Abstract:
Introduction: Obesity is currently one of the main public health problems
and is considered a chronic disease characterized by an increase in body fat.1 The
World Health Organization2 uses as a parameter the body mass index (BMI) obtained
from of the relationship between body weight (kg) and height (m) ² of the individuals
to diagnose obesity. Through this parameter, the disease is classified into three
grades: grade I obesity (BMI between 30 and 34.9 kg / m2), grade II (BMI between
35 and 39.9 kg / m)2 and grade III, severe or morbid ( BMI above 40 kg / m2).
Overweight and obesity present multicausal etiology, covering genetic, physiological,
metabolic and psychological components. Many authors dealing with the etiology of
obesity emphasize their multifactorial character, pointing to this pathology as a result
of several factors, which in most cases are combined.3 Several metabolic disorders
related to obesity can be found isolated from clinical or laboratory tests. Scholars
point out that there is no dietary treatment that is totally effective in all cases, one
must always treat each case in a personalized way and always rely on the patient's
help, seeking the reeducation of food.4 Objective: To raise in the literature
publications regarding of obesity, as well as its risk factors and treatment. Materials
and methods: The present research was carried out through a narrative literature
review, using the SciELO and MEDLINE databases, using the descriptors Obesity,
Treatment and Risk Factors. Only articles published in English and Portuguese
periodicals were included in this study. Results: The studies involved in the present
study point to sedentary lifestyle and incorrect diet as the main causes of obesity. In
the case of children and adolescents, sedentary forms of leisure, such as watching
television instead of practicing physical activity, has further aggravated the situation,
presenting a positive correlation between the time spent in these activities and the
body mass index ( IMC) .5 The influence of the media, which has induced new eating
habits through advertising, the entry of women into the labor market, early weaning,
the introduction of high-calorie foods from the beginning of life and the substitution
of healthy ready foods and fast-foods are considered factors that contributed
significantly to the increase in the number of obesity cases.6 It can be said that the
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consequences of obesity have metabolic, anatomical, psychological and behavioral
implications. Cardiovascular diseases, type 2 diabetes, hypertension, dyslipidemias,
orthopedic problems due to excessive weight on the bones, and even the joint
limitation and movement to perform some daily activities are among the main
consequences of obesity reported in the literature .7 Several means of treatment for
obesity were pointed out, such as the use of diuretic and anorectic drugs, bariatric
surgery, among others. However, adequate diet associated with regular physical
activity has been shown to be effective in the treatment of this pathology.8
Conclusion: It is necessary to develop measures that seek to reduce the prevalence
of obesity and its comorbidities, through the control of its factors risk. A greater
understanding of aspects related to this pathology and its complications is of great
importance in order to trace strategies for reducing this number of obese individuals.
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Número de páginas: 15
- Gabrielle Guimarães Araújo