O POLITICAMENTE (IN)CORRETO NO DISCURSO JORNALÍSTICO: IMAGINÁRIO, SUBJETIVIDADE E CONSUMO
Neste artigo, traçamos reflexões
sobre a emergência da categoria “politicamente
correto” no debate público, no Brasil, a partir da
análise de matérias jornalísticas publicadas no
jornal Folha de S. Paulo entre 1991 e 2014. A
partir dos conceitos de sociedade do espetáculo,
de Guy Debord, e valor de gozo, proposto por
Eugênio Bucci, consideramos que a categoria
“politicamente incorreto” emerge como
verdadeira “marca” em nosso debate público,
posto que se acopla a sentidos imaginários
associados a estilos de vida e constituições
subjetivas, atrelando-se ao consumo de
determinados produtos culturais – como séries
editoriais e programas televisivos. Por trás
do consumo de produtos identificados com a
rubrica do “politicamente incorreto”, reside a
promessa de gozo imaginário que se traduz no
sentido de “rebeldia” atrelado simbolicamente
à transgressão do suposto “exagero” dos
“politicamente corretos”.
O POLITICAMENTE (IN)CORRETO NO DISCURSO JORNALÍSTICO: IMAGINÁRIO, SUBJETIVIDADE E CONSUMO
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DOI: 10.22533/at.ed.27819090113
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Palavras-chave: Discurso; Espetáculo; Imaginário; Politicamente incorreto.
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Keywords: Discourse; Spetacle; Imaginary; Political incorrectness.
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Abstract:
In this article, we bring reflections
on the emergence of the expression “politically
correctness” in public debate in Brazil, based on
analysis of journalistic articles published in Folha
de S. Paulo newspaper between 1991 and 2014.
From the concepts of society of the spectacle,
by Guy Debord, and joy-value, proposed by
Eugênio Bucci, we consider that the category
“political incorrectness” emerges as a true
“brand” in our public debate, since it is coupled
with imaginary senses associated with lifestyles
and subjective constitutions, linking itself to the
consumption of certain cultural products – such
as editorial series and television programs.
Behind the consumption of products identified
under the label of “politically incorrects”, we
find the promise of imaginary enjoyment that
translates into a sense of “rebelliousness”
symbolically linked to the transgression of the
alleged “exaggeration” of the “politically correct”
ones.
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Número de páginas: 15
- Nara Lya Cabral Scabin