O LIMIAR ENTRE BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS: CONSEQUÊNCIAS DO TRATAMENTO RADIOTERÁPICO DE CARCINOMA ESPINOCELULAR DE RINOFARINGE
INTRODUÇÃO: O câncer de cabeça e pescoço é definido por bases anatômico-topográficas para descrever os tumores malignos do trato aerodigestivo superior. A nasofaringe compõe o segmento superior da faringe. As lesões nesta região cursam com períodos assintomáticos, com difícil diagnóstico, exceto quando atingem maior crescimento. O carcinoma espinocelular pouco diferenciado de nasofaringe representa cerca de 1% dos tumores primários de cabeça e pescoço. O objetivo do estudo é relatar as consequências do tratamento radioterápico nesse tipo de tumor. RELATO DE CASO: Feminino, 69 anos, aos 43 anos, buscou atendimento devido forte crise de tontura rotatória e obstrução nasal há 26 anos, com piora nas semanas anteriores. Ao exame físico, apresentou abaulamento em porção nasal da faringe obstruindo parcialmente o cavum, visualizado na vídeo-nasofibrolaringoscopia. Realizou biópsia, evidenciando duas formações polipoides coalescentes, esbranquiçadas, de consistência firme. Tratava-se de carcinoma espinocelular de nasofaringe pouco diferenciado. Foi iniciado tratamento radioterápico. Após 1 ano, houve recidiva local visualizada em ressonância magnética, prosseguindo com irradiação localizada com controle da lesão. Após 21 anos do diagnóstico, a paciente evoluiu com episódios recorrentes de epistaxe e tontura de forte intensidade, além de perfuração timpânica esquerda por provável consequência da radioterapia. Constatou-se perda auditiva completa pela paciente. Após 26 anos do diagnóstico ocorreram complicações do tratamento radioterápico: otorragia, cefaleia, vertigem, osteonecrose em calota craniana, plenitude aural em ouvido esquerdo, zumbido intermitente bilateral, forte sensação de pressão intracraniana, xerostomia e mucosite. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O carcinoma de nasofaringe possui um prognóstico reservado. A sobrevida decorre da precocidade do diagnóstico e terapêutica. A radioterapia, por ser um tratamento ionizante, não é seletiva, atuando também em células saudáveis, trazendo muitos efeitos colaterais, com impacto na qualidade de vida do paciente. Diante disso, evidencia-se o impacto sofrido pela paciente de forma imediata durante o tratamento e de forma tardia, ocorrendo anos após o fim da terapêutica proposta.
O LIMIAR ENTRE BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS: CONSEQUÊNCIAS DO TRATAMENTO RADIOTERÁPICO DE CARCINOMA ESPINOCELULAR DE RINOFARINGE
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DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.88021080710
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Palavras-chave: Câncer de cabeça e pescoço, Carcinoma de nasofaringe, Radioterapia, Qualidade de vida.
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Keywords: Head and neck cancer, Nasopharyngeal carcinoma, Radiotherapy, Quality of life.
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Abstract:
INTRODUCTION: Head and neck cancer is defined by anatomical-topographic bases to describe malignant tumors of the upper aerodigestive tract. The nasopharynx makes up the upper segment of the pharynx. The lesions in this region have asymptomatic periods, with difficult diagnosis, except when they reach greater growth. The poorly differentiated squamous cell carcinoma of the nasopharynx represents about 1% of the primary tumors of the head and neck. The objective of the study is to report the consequences of radiotherapy treatment in this type of tumor. CASE REPORT: Female, 69 years old, at 43 years old, sought care due to a strong crisis of rotary dizziness and nasal obstruction for 26 years, worsening in the previous weeks. On physical examination, she presented bulging in the nasal portion of the pharynx, partially obstructing the cavum, seen in video-nasofibrolaryngoscopy. She performed a biopsy, showing two coalescent polypoid formations, whitish, of firm consistency. It was a poorly differentiated squamous cell carcinoma of the nasopharynx. Radiotherapy treatment was started. After 1 year, there was local recurrence visualized on magnetic resonance imaging, proceeding with localized irradiation with lesion control. After 21 years of diagnosis, the patient evolved with recurrent episodes of epistaxis and dizziness of severe intensity, in addition to left tympanic perforation due to a probable consequence of radiotherapy. Complete hearing loss was noted by the patient. After 26 years of diagnosis, complications of radiotherapy treatment occurred: otorrhagia, headache, vertigo, osteonecrosis in the skullcap, aural fullness in the left ear, bilateral intermittent tinnitus, strong sensation of intracranial pressure, xerostomia and mucositis. FINAL CONSIDERATIONS: Nasopharyngeal carcinoma has a poor prognosis. Survival results from the early diagnosis and treatment. Radiotherapy, as an ionizing treatment, is not selective, acting also on healthy cells, bringing many side effects, with an impact on the patient's quality of life. In view of this, the impact suffered by the patient immediately during treatment and later is evident, occurring years after the end of the proposed therapy.
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Número de páginas: 4
- Mariana Cortez Chicone
- Amanda Beatriz Lúcio de Lima
- Izabela Bezerra Pinheiro Espósito
- Paula Cintra Dantas
- Taísa Bento Marquez
- Gabriela Borges Carias
- Jorge Garcia Bonfim
- Antonio Luciano Batista de Lucena Filho
- André Luiz Polo
- Prycila Fagundes Cardoso Angelo Espósito
- Fábio de Azevedo Caparroz
- Isabela Cezalli Carneiro
