O IMPACTO DA DESIGUALDADE: AS INIQUIDADES SOCIOECONÔMICAS NA DETERMINAÇÃO DOS CASOS E RECUPERAÇÃO DA COVID-19 NO BRASIL
A pandemia de COVID-19 num cenário de desmontes de políticas sociais, aumento do desemprego e da desigualdade socioeconômica reflete em prejuízos irreparáveis para os grupos sociais mais vulneráveis e na capacidade de recuperação dessa população. O objetivo desse estudo é analisar as implicações da desigualdade socioeconômica no Brasil na recuperação da COVID-19 até a vigésima semana epidemiológica. Trata-se de um estudo ecológico utilizando dados do IBGE de rendimento mensal domiciliar per capita dos estados brasileiros em 2019 e dados das Secretarias Estaduais de Saúde de casos recuperados da COVID-19. A partir do rendimento mensal domiciliar per capita dos estados, foram determinados os estados em situação de risco e de proteção socioeconômica e calculadas a curva e o índice de concentração e a razão de taxas relacionada com os números de casos recuperados no período analisado. Os estados em situação de proteção socioeconômica apresentaram um total de 48.784 casos de Covid-19, dos quais 31.612 (64,79%) foram recuperados, enquanto os estados do grupo de risco socioeconômico apresentaram 68.209 casos, dos quais 30.381 (44,54%) foram recuperados. A razão de taxas entre os dois grupos mostra que a taxa recuperação é 45,5% maior no grupo de situação de proteção socioeconômica. Os achados demonstram que as desigualdades socioeconômicas, especialmente de renda, têm influenciado diretamente na rede de determinação da recuperação da COVID-19 no país, afetando de maneira mais severa as populações mais vulneráveis.
O IMPACTO DA DESIGUALDADE: AS INIQUIDADES SOCIOECONÔMICAS NA DETERMINAÇÃO DOS CASOS E RECUPERAÇÃO DA COVID-19 NO BRASIL
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DOI: 10.22533/at.ed.7602019085
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Palavras-chave: Infecções por Coronavirus; Vulnerabilidade Social; Determinantes Sociais da Saúde; Saúde Pública.
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Keywords: Coronavirus Infections; Social Vulnerability; Social Determinants of Health; Public Health.
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Abstract:
The COVID-19 pandemic in a scenario of social policies disorder, rising unemployment and socioeconomic inequality are reflected in irreparable damage to the most vulnerable social groups and the recovery capacity of this population. The aim of this study is to analyze the implications of socioeconomic inequality in Brazil in the recovery of COVID-19 up to a twentieth epidemiological week. This is an ecological study that uses data from the IBGE of per capita monthly household income from Brazilian states in 2019 and data from the state health departments of cases recovered from COVID-19. From the per capita household monthly income of the states, the states at risk and socioeconomic protection were determined and the curve and the concentration index and the ratio of useful rates were calculated with the rates of cases recovered in the analyzed period. The states in a situation of socioeconomic protection presented a total of 48,784 cases of Covid-19, of which 31,612 (64.79%) were recovered, while the states of the socioeconomic risk group identified 68,209 cases, of which 30,381 (44.54%) have been recovered. The ratio of rates between the two groups shows that the recovery rate is 45,5% higher in the group with socioeconomic protection status. The findings demonstrate that socioeconomic inequalities, especially those of income, have a direct influence on the recovery of COVID-19 in the country, affecting in the most severe way the most vulnerable populations.
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Número de páginas: 14
- Marcelo Victor de Arruda Freitas
- Luís Roberto da Silva
- Amanda Priscila de Santana Cabral Silva