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O CURRÍCULO COMO UM DISPOSITIVO DE REGULAÇÃO A PARTIR DO TRABALHO DOCENTE

Não é recente o surgimento do interesse em pesquisas acerca das relações de poder e suas formas, sutis ou não, de atuação. Dentre os principais estudiosos que se debruçaram sobre esta temática, está Michel Foucault, que teve boa parte de sua obra dedicada a este assunto. Em seus estudos, ele buscou identificar o que causa os efeitos de dominação, bem como o que faz com que seja tão complexo resistir a ela. Não é raro encontrarmos pesquisas que evidenciem a escola como um dos principais locais no qual ocorrem latentes relações de poder, especialmente quando se trata de formas de assujeitamento. Nesse viés, este artigo visa problematizar o currículo como um dispositivo de regulação a partir do trabalho docente. No ambiente escolar, disciplinar o professor para que siga à risca o que é descrito no currículo e nas demais políticas educacionais e escolares tira dele a autonomia para que ele possa, de fato, atuar como educador. O discurso que responsabiliza o professor pelo processo educativo, colocando-o como protagonista em lugares onde na verdade ele é passivo, é fazê-lo acreditar que a obediência é, na verdade, vocação. A partir destas reflexões, obtidas por meio de uma pesquisa bibliográfica e qualitativa, chega-se à conclusão de que o currículo como um dispositivo de regulação a partir do trabalho docente é um reflexo do atual modelo de controle imposto pelas reformas educacionais e que pôr em pauta esta discussão é uma das maneiras de combater sua disseminação e lutar por uma pedagogia libertadora e com moldes menos espelhados no mercado de trabalho.

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O CURRÍCULO COMO UM DISPOSITIVO DE REGULAÇÃO A PARTIR DO TRABALHO DOCENTE

  • DOI: 10.22533/at.ed.1262225119

  • Palavras-chave: Currículo, dispositivos de poder, trabalho docente, Foucault.

  • Keywords: Curriculum, power devices, teaching work, Foucault.

  • Abstract:

    The emergence of interest in research on power relations and their forms of action, subtle or not, is not recent. Among the main scholars who have focused on this theme is Michel Foucault, who had a good part of his work dedicated to this subject. In his studies, he sought to identify what causes the effects of domination, as well as what makes resisting it so complex. It is not uncommon to find studies that show the school as one of the main places in which latent power relations occur, especially when it comes to forms of subjection. In this vein, this article aims to problematize the curriculum as a regulatory device based on teaching work. In the school environment, disciplining the teacher so that he strictly follows what is described in the curriculum and in other educational and school policies takes away his autonomy so that he can, in fact, act as an educator. The discourse that makes the teacher responsible for the educational process, placing him as a protagonist in places where he is passive, is to make him believe that obedience is, in fact, a vocation. From these reflections, obtained through a bibliographical and qualitative research, it is possible to conclude that the curriculum as a regulation device based on teaching work is a reflection of the current model of control imposed by educational reforms and that guides this discussion is one of the ways to combat its dissemination and fight for a liberating pedagogy with less mirrored patterns in the job market.

  • Grazielle Jenske
  • Luciana Fiamoncini Frainer
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