MULHERES UNIDAS CONTRA BOLSONARO - reflexões teóricas sobre a participação civil feminina na eleição presidencial de 2018
É possível afirmar que uma das mais fortes manifestações contra o retrocesso civilizacional representado pela candidatura de Jair Bolsonaro como presidente brasileiro não veio de seus adversários políticos, mas sim do grupo Mulheres Unidas contra Bolsonaro dinamizado no Facebook. Em menos de uma semana após sua criação, o grupo chegou a contar com mais de 2 milhões de pessoas. Considerando este contexto, surge a dúvida se a voz feminina é realmente parte de um discurso empoderador e orientado para a conscientização de iniciativas democráticas. Essa questão leva ao objetivo principal deste artigo: refletir sobre o comportamento das participantes do grupo supracitado em termos de participação política a partir da análise de conteúdo de suas mensagens. Considerando os recentes acontecimentos político-sociais e o fortalecimento de discursos antidemocráticos nos sites de redes sociais, justifica-se a relevância das reflexões aqui apresentadas. Metodologicamente, adotou-se a etnografia em ambiente digital (FERRAZ E PORTO, 2017; HINE, 2015) como técnica para coleta de dados, seguida de uma pesquisa de cunho exploratório-descritivo. Com base nas propostas teóricas de CASTELLS (2013), DI FELICE (2017); PUTNAM (1993); BALDASSARI (2007); RENTSCHLER (2014); DAHL (2015); FRANÇA et al. (2015) e AJZEN (1991), o conteúdo postado foi categorizado e relacionado a possíveis papeis desempenhados pelas participantes do movimento.
MULHERES UNIDAS CONTRA BOLSONARO - reflexões teóricas sobre a participação civil feminina na eleição presidencial de 2018
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DOI: 10.22533/at.ed.6512017093
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Palavras-chave: democracia; ciberativismo; TPB.
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Keywords: democracy; cyberactivism; TPB
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Abstract:
It is possible to affirm that one of the strongest manifestations against the civilizational setbacks represented by the candidacy of Jair Bolsonaro as Brazilian president did not come from his political opponents. It came from the group Women United against Bolsonaro in Facebook. In less than one week after its creation, the group reached more than 2 million people. Considering that context, a question arises is the female voice really part of an empowering discourse and oriented towards the awareness of democratic initiatives? This question leads to the main objective of this research: reflect on the behavior of participants in the aforementioned group in terms of political participation based on the content of their messages. Considering the recent political-social events and the strengthening of antidemocratic discourses in social networks, the relevance of the reflections presented in here is justified. Methodologically, ethnography in a digital environment (PEREIRA, 2017; HINE, 2015) was adopted as a technique for data collection, followed by an exploratory-descriptive research. Based on the theoretical proposals of CASTELLS (2013), DI FELICE (2017); PUTNAM (1993); BALDASSARI (2007); RENTSCHLER (2014); DAHL (2015); FRANÇA et al. (2015) and AJZEN (1991), the content posted was categorized and related to possible roles played by participants in the movement.
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Número de páginas: 16
- RAQUEL LOBAO EVANGELISTA