MULHERES TRANS NA POLÍTICA INSTITUCIONAL: UMA BUSCA POR REPRESENTATIVIDADE
A sub-representação das mulheres na política brasileira é reflexo de uma sociedade patriarcal. Por tal razão, o processo de inserção das mulheres trans na política partidária apresenta um desafio duplo, na medida em que o patriarcado conforma a negação da esfera pública à mulher e, ao mesmo tempo, reforçando discriminações relativas ao campo das identidades sexuais LGBTIs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexos). Na busca por representatividade e pela ocupação dos espaços de poder, em 2018 algumas mulheres trans lançaram suas candidaturas ao Poder Legislativo. Na ocasião, três mulheres trans foram eleitas para os legislativos estaduais: uma para mandato individual e duas para mandatos compartilhados. No mesmo período, o movimento LGBTI obteve importantes conquistas, como a inclusão do nome social e da identidade de gênero a partir da autoidentificação nos registros eleitorais e a determinação do TSE que possibilitou às mulheres trans concorrerem na cota de gênero – nas legendas – garantindo-lhes o direito previsto ao fundo partidário da mesma forma que as mulheres cisgênero. Para compreender o processo de inserção das mulheres trans na política institucional e os efeitos sociais e políticos deste processo num cenário de opressão, preconceito, resistência, luta e reivindicação de direitos por parte de pessoas trans e no atual desmonte das políticas sociais, foi realizada uma breve revisão bibliográfica com leitura de livros, teses, dissertações e artigos que abarcam esta temática. Este trabalho pretende contribuir na formulação de políticas públicas destinadas a grupos sociais historicamente excluídos, de modo a garantir-lhes o direito humano à dignidade e à igualdade e representação política.
MULHERES TRANS NA POLÍTICA INSTITUCIONAL: UMA BUSCA POR REPRESENTATIVIDADE
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DOI: 10.22533/at.ed.1662131055
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Palavras-chave: Mulheres trans; Mulheres na política; Gênero; Representatividade
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Keywords: Trans women; Women in politics; Gender; Representation
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Abstract:
The under-representation of women in Brazilian politics is a reflection of a patriarchal society. For this reason, the process of inserting trans women into party politics presents a double challenge, in that patriarchy conform the denial of the public sphere to women and, at the same time, reinforcing discrimination related to the field of LGBT sexual identities (Lesbians, Gays, Bisexuals, Transvestites, Transsexuals, Intersexes). In the search for representation and the occupation of power spaces, in 2018 some trans women launched their candidacies to the Legislative Power. On that occasion, three trans women were elected to the state legislature: one for individual mandate and two for shared mandates. In the same period, the LGBTI movement achieved important achievements, such as the inclusion of the social name and gender identity based on self-identification in electoral records and the determination of the TSE that enabled trans women to compete in the gender quota - in the captions - ensuring them the right to the party fund in the same way as cisgender women. To understand the process of inserting trans women in institutional politics and the social and political effects of this process in a scenario of oppression, prejudice, struggle and defense of rights by trans people and not the current dismantling of social policies, a brief review was carried out bibliographic reading of books, theses, dissertations and articles covering this theme. This work was intended to contribute to the provision of defined public policies to historically excluded social groups, in order to guarantee them the human right to dignity and political representation.
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Número de páginas: 10
- Rosana da Silva Chagas