MULHERES NEGRAS EMPREENDEDORAS: CONTRAPONTO A DIVISÃO SEXUAL E RACIAL DO TRABALHO
O debate sobre o empreendedorismo negro apresentado neste texto enfatizará o recorte de gênero visto a relevância das mulheres nessa atividade econômica e a necessidade premente de uma análise crítica de como se deu esse processo em meio ao mercado cindido apontado por Mosnma (2016). Para tanto, considerou-se a racialização do trabalho, a divisão sexual do trabalho, a interseccionalidade relação entre raça, gênero e classe na relação com a produção e a transformação da mulher negra em afroempreendedora no Brasil. Assim, o afroempreendedorismo feminino é compreendido como contraponto de ordem simbólica da produção, além de potencializador de ordem econômica centrada no afroconsumo que insere a mulher na esfera pública no papel de gestão, ainda que a divisão sexual do trabalho a mantenha na esfera privada como responsável pelo trabalho não-remunerado de cuidar da casa e dos filhos acarretando em dupla jornada de trabalho. Para corroborar esta nota técnica, foram entrevistadas três afroempreendedoras da cidade de Hortolândia que recentemente aprovou a lei de incentivo ao afroempreendedorismo. As três entrevistadas também compõem a comissão de apoio ao afroempreendedorismo.
MULHERES NEGRAS EMPREENDEDORAS: CONTRAPONTO A DIVISÃO SEXUAL E RACIAL DO TRABALHO
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DOI: 10.22533/at.ed.32721170913
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Palavras-chave: afroempreendedorismo, divisão sexual do trabalho, interseccionalidade, lugar de fala, racialização
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Keywords: Afro-entrepreneurship, intersectionality, place of speech, racialization, sexual division of labor
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Abstract:
The debate on black entrepreneurship presented in this text will emphasize the gender approach, considering the relevance of women in this economic activity and the pressing need for a critical analysis of how this process took place in the midst of the split market pointed out by Mosnma (2016). For this purpose, the racialization of work, the sexual division of work, the intersectionality of the relationship between race, gender and class in relation to production and the transformation of black women into Afro-entrepreneurs in Brazil were considered. Thus, female Afro-entrepreneurship is understood as a counterpoint to the symbolic order of production, in addition to boosting an economic order centered on Afro-consumption that inserts women in the public sphere in the management role, even though the sexual division of labor keeps them responsible in the private sphere. for the unpaid work of taking care of the house and children, resulting in double work shifts. To corroborate this technical note, three Afro-entrepreneurs from the city of Hortolândia, who recently approved the law to encourage Afro-entrepreneurship, were interviewed. The three interviewees are also part of the commission to support Afro-entrepreneurship.
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Número de páginas: 21
- SERGIO RICARDO GASPAR
