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capa do ebook Mia Couto: memória e ‘tradução cultural’ em O Último Voo do Flamingo

Mia Couto: memória e ‘tradução cultural’ em O Último Voo do Flamingo

A minha leitura de O Último Voo do flamingo, do escritor moçambicano Mia Couto, segue o desafio com que somos confrontados - como uma espécie de enigma - no início do romance: «os soldados [da ONU] morreram? Foram mortos?» Em busca de uma resposta, pondera aquelas questões que dizem respeito aos problemas da morte e da vida, tal como eles são colocados no mundo ficcional de Tizangara.

Compreendê-los-á, então, com base nas posições contidas em «Sobre uma crítica da violência», de Walter Benjamin e nos pensamentos, quer de Emma-nuel Lévinas, quer de Jacques Derrida. Eles ajudam-nos a compreender, do ponto de vista de uma crítica ética e política da violência, o que estará em causa, não apenas para a personagem do padre Muhando – a personagem que é o centro organizador da sua trama ficcional, e cuja visão nos parece fortemente marcado pelo judaísmo – mas também as do feiticeiro Zeca Andorinho e do velho Sulplício, que pertencem ao círculo das suas amizades mais próximas. 

 

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Mia Couto: memória e ‘tradução cultural’ em O Último Voo do Flamingo

  • DOI: 10.22533/at.ed.6352123115

  • Palavras-chave: Justiça, memória, «vida nua», alteridade.

  • Keywords: Justice, memory, «bare life», alterity.

  • Abstract:

    My reading follows the challenge the reader is confronted with, as a sort of enigma, at the beginning of the novel: «did the [UN] soldiers die? Were they killed?». Looking for an answer, it ponders those issues of life and death posed by the fictive world of Tizangara.

    Those concepts are understood by taking into account not only Walter Benjamin’s positions, in his Critique of Violence, but also the thoughts of both Emmanuel Lévinas and Jacques Derrida. They are helpfull to grasp what is at stake, from the vantage point of an ethical and political critique of violence, not only for father Muhando – the character that is the organizing principle of the entire plot, and whose vision seems to be heavily influenced by judaism – but also for key-characters such as the wizard Zeca Andorinho and the old Sulplício being, both belonging to the circle of those that are closer to him. 

  • Número de páginas: 15

  • José Paulo de Lemos e Melo Cruz Pereira
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