MEIO AMBIENTE DE TRABALHO E O CICLO DO ADOECIMENTO DOCENTE: O CONTEXTO DA EXPANSÃO PRECARIZADA NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS
Pesquisas que relacionam trabalho docente e saúde do/a trabalhador/a no ensino superior brasileiro devem considerar o contexto da reestruturação produtiva, a expansão precarizada e suas implicações em doenças ocupacionais e negação de direitos de saúde. No cotidiano do trabalho, docentes vivenciam: falta de condições estruturais, de recursos financeiros, sobrecarga de trabalho, critérios e índices de produtividade, sistema de avaliação docente para progressão na carreira, gestões burocratizadas, não implantação da Política de Atenção à Saúde e Segurança do Trabalho do Servidor Público Federal (PASS), e, em alguns casos, práticas autoritárias e abuso de poder. Assim, é imprescindível conhecer o funcionamento do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS) nas universidades multicampi e o desenvolvimento dos Programas de Promoção da Saúde do Servidor. A metodologia envolveu pesquisa documental na plataforma no Ministério da Educação para mapeamento da expansão; plataforma SIAPENET para acessar a Relação das Unidades SIASS, localização da sede e das unidades administrativas, acordos de cooperação, identificação dos Programas de Promoção da Saúde e distância entre a sede e campus de lotação. Pesquisas de revisão da literatura apontam o adoecimento docente, prevalecem doenças psicoemocionais e psicossomáticas, trazendo à tona questões de saúde mental e assédio moral. Constata-se que os impactos da expansão precarizada têm recaído sobre docentes; a estes/as foram delegados os riscos da atividade produtiva; tem sido privilegiado o modelo de saúde curativo; através de Acordos de Cooperação, as universidades abriram o serviço SIASS para órgãos federais que não são do setor da educação, agravando o quadro de precarização do atendimento até mesmo para perícia médica; 48 universidades, localizadas em 16 estados brasileiros, não apresentam nenhum registro no Programas de Promoção de Saúde cadastrados no SIAPENET. Defende-se que a saúde mental do/a trabalhador/a docente seja o foco das ações de prevenção e precaução.
MEIO AMBIENTE DE TRABALHO E O CICLO DO ADOECIMENTO DOCENTE: O CONTEXTO DA EXPANSÃO PRECARIZADA NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS
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DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.51421120714
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Palavras-chave: Trabalho Docente. Meio Ambiente. Adoecimento. Promoção e Prevenção.
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Keywords: Teaching work. Environment. Sickness. Promotion and prevention
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Abstract:
The research that relates teaching work and health of the worker in Brazilian higher education should consider the context of productive restructuring, precarious expansion and its implications in occupational diseases and denial of health rights. In the daily life of the work, teachers experience: lack of structural conditions, financial resources, work overload, productivity criteria and indexes, teacher evaluation system for career progression, bureaucratic procedures, non implementation of the Health Care and Safety Policy. Federal Public Server (PASS) work, and, in some cases, authoritarian practices and abuse of power. Thus, it is essential to know the functioning of the Integrated Server Health Attendance Subsystem (SIASS) in the multicampi universities and the development of the Server Health Promotion Programs. The methodology involves documentary research in the Ministry of Education platform for mapping the expansion; SIAPENET platform to access the SIASS Units List, location of headquarters and administrative units, cooperation agreements, identification of Health Promotion Programs and distance between headquarters and stocking campus. Research on literature review indicates the illness of the teacher, psycho-emotional and psychosomatic diseases prevail, bringing to the fore questions of mental health and moral harassment. It is observed that the impacts of the precarious expansion have fallen on the teachers; these were delegated the risks of the productive activity; the curative health model has been favored; through cooperation agreements, universities have opened the SIASS service to federal agencies that are not part of the education sector, aggravating the precariousness of care even for medical expertise; 48 universities, located in 16 Brazilian states, do not present any records in the Health Promotion Programs registered in SIAPENET. It is argued that the mental health of the teaching worker is the focus of preventive and precautionary actions.
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Número de páginas: 19
- Izy Rebeka Gomes Lima
- Ruthe Coutinho de Souza
- SILMERE ALVES SANTOS