MANEJO NUTRICIONAL DE TAMANDUÁ-MIRIM (TAMANDUA TETRADACTYLA, LINNAEUS, 1758) EM CATIVEIRO: REVISÃO LITERÁRIA
O tamanduá mirim (Tamandua tetradactyla) faz parte da superordem Xenarthra e, como representante da família Myrmecophagidae, possui uma série de peculiaridades anatômicas essenciais à dieta mirmecófaga apresentada. Em vida livre têm como base da nutrição formigas e cupins, o que torna a adaptação e reprodução de tal aporte nutricional em cativeiro um grande desafio. Considerando os tamanduás mirins estão em situação vulnerável em algumas áreas de ocorrência e o sucesso na sua manutenção é essencial para a conservação. Dessa forma, a presente revisão bibliográfica tem por objetivo levantar os principais pontos que contribuem para a manutenção em cativeiro e adaptação à dieta fornecida. Devido à dificuldade de obtenção e criação dos itens alimentares em cativeiro, o alimento fornecido aos tamanduás mirins mantidos ex situ é uma formulação pastosa composto por derivados do leite, leite de baixa lactose, ovos, carne, ração canina ou felina, multivitamínicos, frutas, suplementos minerais e vitamínicos. A suplementação vitamínica exige cautela e é importante acompanhar os animais quanto aos níveis de taurina, uma vez que T. tetradactyla são suscetíveis à deficiência deste aminoácido e podem desenvolver cardiomiopatia dilatada associada à deficiência. Além disso, adicionar quitina à dieta é um mecanismo importante para garantir fezes de consistência mais firme, uma vez que problemas gastrointestinais são relativamente comuns em cativeiro. A nutrição errônea de T. tetradactyla em cativeiro tem impacto não apenas na saúde, mas também dificulta a adaptação ao cativeiro, o que torna a avaliação da necessidade metabólica e a composição adequada da dieta essencial para o sucesso da manutenção ex situ. Além disso, adaptações no fornecimento da dieta e/ou ofertar cupinzeiros como complemento estimulam os animais a executarem comportamentos de vida livre associados ao forrageamento e, por isso, são muito bem vindos.
MANEJO NUTRICIONAL DE TAMANDUÁ-MIRIM (TAMANDUA TETRADACTYLA, LINNAEUS, 1758) EM CATIVEIRO: REVISÃO LITERÁRIA
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DOI: 10.22533/at.ed.83321090215
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Palavras-chave: insetívoros; nutrição; Xenarthra; zoológicos.
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Keywords: : insectivores; nutrition; Xenarthra; zoos
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Abstract:
The lesser anteater or tamandua (Tamandua tetradactyla) is part of the Xenarthra superorder and, a representative of the Myrmecophagidae family, present a series of anatomical peculiarities essential to the mirmecophagous diet. In wildlife the nutrition is based on ants and termites, which makes the adaptation and reproduction of such nutritional support in captivity a great challenge. Considering the tamanduas that are in a vulnerable situation in some areas of occurrence and success in maintenance is essential for conservation, the bibliographic review aims to raise the main points that contribute to the maintenance in captivity and adaptation to the diet provided in the former environment. Due to the difficulty in obtaining and creating food items in captivity, the food supplied to the lesser anteaters kept ex situ is a pasty formulation composed of milk derivatives, low lactose milk, eggs, meat, canine or feline commercial food, multivitamins, fruits, mineral and vitamin supplements. Vitamin supplementation requires caution, and it is important to monitor animals for levels of taurine, since T. tetradactyla are susceptible to the deficiency of this amino acid and can develop dilated cardiomyopathy associated with the deficiency. In addition, adding chitin to the diet is an important mechanism to ensure firmer stools, since gastrointestinal problems are relatively common in captivity. The erroneous nutrition of T. tetradactyla in captivity has an impact not only on health, but also hinders adaptation to captivity, which makes the assessment of the metabolic need and the proper composition of the diet essential for the success of ex situ maintenance. In addition, adaptations in the supply of the diet and / or offer termite mounds as a supplement encourage animals to perform wildlife behaviors associated with foraging and, for this reason, are very welcome.
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Número de páginas: 13
- Delcio Almeida Magalhães
- Giovanna Vasconcelos Maia
- Fabrizzio Moreira De Fazio Votta