LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO E ALTERAÇÕES VASCULARES COMO FATOR DE RISCO PARA ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
INTRODUÇÃO: O Lúpus traz diversos fatores de risco para a ocorrência de um acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi), o processo inflamatório gerado, danos ao endotélio pela deposição de imunocomplexos e vasculites, grando a arteriosclerose precoce. Outro contribuinte a síndrome do anticorpo fosfolípide (SAF), gerando estado de trombofilia, visto laboratorialmente por anticoagulante lúpico e anticardiolipina. DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente feminina, 65 anos, AVEi prévio, lúpica, hipertensa, anêmica, osteopneica, histórico de trombose venosa profunda (TVP), em uso irregular de Xarelto. Entra na emergência por disartria súbita. Ao exame, orientada temporoespacialmente, disartria moderada, redução de força grau IV em dimidio direito, reflexos aumentados em dimidio esquerdo e reduzidos em dimidio direito, não reconhecendo estímulos vibratórios em membros inferiores, desvio de rima à esquerda. Na ressonância magnética lesões isquêmicas agudas no lobo frontal, lesões isquêmicas crônicas nos lobos temporal e frontal à direita. No ecodoppler em ambas as carótidas Kinking no ramo interno com fluxo turbulento e na bifurcação carotídea direita uma placa ateromatosa mínima, calcificada e regular. O exame de anticoagulante lúpico e anticardiolipina negativos. DISCUSSÃO: Fatores como idade, extenso uso de corticóide, hipertensão, TVP, são contribuintes das patologias vasculares no Lúpus e desencadeantes do AVEi. O Kinking de carótidas é outro fator de grande importância, um defeito congênito raro, na qual a artéria encontra-se mais alongada e angulada do que na anatomia padrão e pode associar-se a aterosclerose desencadeando estenose de carótida. Ademais, essa alteração vascular pode levar a mudança do fluxo gerando um turbilhonamento no fluxo carótideo, contribuindo para alterações endoteliais. CONCLUSÃO: O AVEi possui importantes relações fisiopatológicas com o lúpus eritematoso sistêmico. Logo, diante do paciente lúpico com antecedentes de hipercogulabilidade suspeita-se inicialmente da SAF. Quando descartada, realiza-se uma avaliação vascular. O kinking de carótidas em pacientes lúpicos considerar-se-á um contribuinte para lesão endotelial e fator etiológico para AVE.
LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO E ALTERAÇÕES VASCULARES COMO FATOR DE RISCO PARA ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
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DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.92721080714
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Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral, Lúpus Eritematoso Sistêmico, Estenose das Carótidas, Síndrome Antifosfolipídica, Trombofilia.
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Keywords: Stroke, Systemic Lupus Erythematosus, Carotid Stenosis, Antiphospholipid Syndrome, Thrombophilia.
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Abstract:
INTRODUCTION: Lupus brings several risk factors for the occurrence of an ischemic stroke, the inflammatory process generated, damage to the endothelium by the deposition of immune complexes and vasculitis, bringing early arteriosclerosis. Another factor, the phospholipid antibody syndrome (APS), generating a state of thrombophilia, seen by lupus anticoagulant and anticardiolipin. CASE DESCRIPTION: Female, 65 years, previous stroke, lupus, hypertension, anemic, osteopneic, history of deep venous thrombosis (DVT), irregular use of Xarelto. Enters the emergency room due to sudden dysarthria. Upon examination, temporo-spatially oriented, moderate dysarthria, reduction of strength IV in the right dimension, increased reflexes in the left dimension and reduced in the right dimension, not recognizing vibratory stimuli in the lower limbs, deviation of the rhyme to the left. On magnetic resonance, acute ischemic lesions in the frontal lobe, chronic ischemic lesions in the temporal and right frontal lobes. On Doppler in both Kinking carotids in the internal branch with turbulent flow and in the right carotid bifurcation a minimal, calcified and regular atheromatous plaque. Negative lupus anticoagulant and anticardiolipin tests. DISCUSSION: Factors such as age, extensive use of corticosteroids, hypertension, DVT, are contributors to vascular pathologies in Lupus and triggers for stroke. Carotid kinking is another factor of great importance, a rare birth defect, in which the artery is more elongated and angled than in standard anatomy and can be associated with atherosclerosis triggering carotid stenosis. In addition, this vascular change can lead to a change in flow, causing a swirl in the carotid flow, contributing to endothelial changes. CONCLUSION: AVEi has important pathophysiological relationships with lupus. In front of the lupus patient with a history of hypercogulability, APS is initially suspected. When discarded, a vascular evaluation is performed. Carotid kinking in lupus patients will be considered a contributor to endothelial damage and an etiologic factor for stroke.
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Número de páginas: 7
- André Luiz Pollo
- Isabela Cordeiro Pântano
- Caroline Gil Ferreira
- Guilherme Almeida de Oliveira
- Juliana Arantes Calil
- Lara Busnardo Louzada
- Renan Munhoz Braz
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