INTERVENÇÕES HORMONAIS E CIRÚRGICAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES TRANSGÊNERO
Alguns indivíduos têm uma identidade de gênero que não corresponde ao gênero designado ao nascimento, sendo denominados transgênero. Alguns desses jovens buscam assistência médica para intervenções que visam afirmar fenotipicamente o gênero de identidade, como terapias hormonais e/ou cirurgias. Outros conseguem aliviar sua disforia através de mudanças na expressão de gênero (roupas, nome). Até o momento, existem poucos estudos sobre os benefícios e riscos dessas intervenções em jovens. A supressão da puberdade visa impedir o desenvolvimento de características sexuais secundárias indesejadas, podendo ser alcançada com análogos do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), antiandrogênios, antiestrogênios e acetato de medroxiprogesterona. O momento ideal para iniciar análogos do GnRH é no estágio Tanner 2. Para adolescentes submetidos a supressão puberal, a promoção do desenvolvimento de características sexuais secundárias com hormônios sexuais exógenos e antiandrogênios pode ser iniciada aos 16 anos, mas o início mais precoce pode ser considerado quando a identidade de gênero está bem estabelecida mais precocemente. As principais cirurgias de afirmação de gênero são a reconstrução torácica, mastectomia, mamoplastia, cirurgia de reconstrução genital e cirurgias faciais. Além disso, recomenda-se consultar especialista em reprodução humana para discutir preservação da fertilidade. As evidências escassas disponíveis indicam que os hormônios sexuais estão associados a benefícios para a saúde mental e melhores resultados na qualidade de vida em adolescentes transgênero. O início precoce dos cuidados de afirmação de gênero pode diminuir a necessidade de intervenções subsequentes e melhorar a capacidade do jovem se apresentar fisicamente como seu gênero afirmado.
INTERVENÇÕES HORMONAIS E CIRÚRGICAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES TRANSGÊNERO
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DOI: 10.22533/at.ed.62521010312
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Palavras-chave: transgênero, crianças, adolescentes, hormônio, cirurgia
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Keywords: transgender, children, adolescents, hormone, surgery
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Abstract:
Some individuals have a gender identity that does not correspond to the gender designated at birth, being named transgender. Some of these young people seek medical assistance for interventions that aim to phenotypically affirm the gender of identity, such as hormonal therapies and / or surgeries. Others manage to alleviate their dysphoria through changes in gender expression (clothes, name). To date, there are few studies on the benefits and risks of these interventions in young people. Suppression of puberty seeks to prevent the development of unwanted secondary sexual characteristics, which can be achieved with gonadotropin releasing hormone (GnRH) analogs, antiandrogens, antiestrogens and medroxyprogesterone acetate. The ideal time to start GnRH analogues is at the Tanner 2 stage. For adolescents undergoing pubertal suppression, the promotion of the development of secondary sexual characteristics with exogenous sex hormones and antiandrogens can be initiated at age 16, but the earlier onset may be considered when gender identity is well established earlier. The main gender-affirming surgeries are chest reconstruction, mastectomy, mammoplasty, genital reconstruction surgery and facial surgeries. In addition, it is recommended to consult a specialist in human reproduction to discuss fertility preservation. The scarce evidence available indicates that sex hormones are associated with benefits for mental health and better results in quality of life in transgender adolescents. The early initiation of gender affirmation care can decrease the need for subsequent interventions and improve the young person's ability to physically present themselves as their stated gender.
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Número de páginas: 15
- Carolina Soares Barros de Melo
- Adriana Ribeiro da Silva
- Juliana Pinheiro Dutra
- Larissa Paola Ferreira Figueiredo
- Melina Cançado Araújo Faria
