Introdução: Reflexões e ações sobre a adolescência são desafiadoras às famílias e profissionais de saúde. Quando estes adolescentes são deficientes visuais, o tema torna-se mais relevante. A adolescência é uma fase de transição que envolve vários aspectos da vida. Deficiente visual é quem apresenta perda visual não corrigível com lentes refrativas. Objetivo: Conhecer quais as percepções dos adolescentes com deficiência visual acerca de sua sexualidade, as reflexões sobre sua vida, sonhos, projetos. Métodos: O projeto foi desenvolvido na Unidade oftalmologia/UOFT. Foram realizados oficinas com um grupo de adolescentes atendidos pelo serviço. De forma dialógica e participativa, os enfermeiros trabalharam com temas diversos. Resultados e discussão: A participação nas oficinas trouxe aos adolescentes ferramentas essências para emancipação e empoderamento, em especial sobre o auto reconhecimento de seu corpo, sua sexualidade e suas escolhas, colaborando para melhoria de qualidade de vida. O projeto colaborou ainda com o fortalecimento de vínculos entre a equipe e os sujeitos, aumentando a adesão ao tratamento. Notou-se também melhora da autoestima e estabelecimento de novos vínculos sociais. Conclusão: A deficiência visual constitui-se de uma realidade que precisa ser discutida nas escolas, famílias, serviços de saúde e comunidade. Contudo, não é tarefa simples. Urge estratégias contínuas e dialógicas para orientar adolescentes para serem corresponsáveis pela sua saúde e façam escolhas motivados pelos seus ideais. A importância deste estudo é reafirmada pela escassez de literatura e ações específicas voltadas para esse público, Sugere que outras ações estratégicas e estudos a fim de elucidar os resultados em intervenções coletivas sobre os desafios enfrentados pelos adolescentes com deficiência visual.