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Educação do Jovens e Adultos: do direito à realidade

A presente pesquisa tem como

objeto a relação entre o direito à educação

e a educação de jovens e adultos (EJA).

Considerando o direito à educação previsto na

legislação do país, em especial na Constituição

Federal do Brasil de 1988, no Estatuto da

Criança e do Adolescente de 1990 e na Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional de

1996, objetiva-se analisar o direito conferido

legalmente e a sua correlação com os dados

reais, apresentados por institutos de pesquisa,

como o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), refletindo a respeito da face

excludente do analfabetismo. De acordo com o

IBGE, em 2013, o Brasil apresentou uma taxa

de 8,5% de analfabetos com 15 anos ou mais,

o que corresponde a 13 milhões de pessoas

destituídas de noções mínimas de leitura,

escrita e cálculo. Essa privação conduz à

desqualificação profissional e social, resultando

em patologias sociais e segregação espacial.

Para a realização dessa pesquisa, utilizouse pesquisa bibliográfica e documental, tendo

como referencial teórico as obras de Freire,

Gadotti, Romão, Oliveira, Cury, Ferraro, Flach

e dados dos institutos de pesquisa. Apesar

de se tratar de uma pesquisa que se encontra

em andamento, foi possível observar que o

analfabeto no Brasil tem classe social, cor/

raça e localização geográfica bem definida,

uma vez que, dentre os 25% dos mais ricos,

apenas 2% são analfabetos, enquanto para os

25% dos mais pobres, 13,1% são analfabetos;

em relação ao fator raça/cor, 5,2% dos brancos

são analfabetos, enquanto a taxa para negros

é mais que o dobro, 11,5%. No quesito

geográfico, tem-se que 53% dos analfabetos do

país encontram-se na região Nordeste. Nesse

descompasso entre o texto legal e a realidade,

a EJA apresenta-se como “a modalidade de

educação básica destinada à inclusão escolar

daqueles que tiveram negado o direito ao ensino

regular na idade própria, daqueles que foram

marginalizados e excluídos dos benefícios

das conquistas econômicas, políticas, sociais

e culturais” (ROMÃO; GADOTTI, 2007, p.9);

portanto, a EJA se constitui num instrumento de

inclusão e afirmação, que precisa ser mantido e 

não substituído por provas que conferem diplomas sem a efetivação das aulas. 

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Educação do Jovens e Adultos: do direito à realidade

  • DOI: 10.22533/at.ed.28320130211

  • Palavras-chave: Educação de jovens e adultos; Legislação; Inclusão.

  • Keywords: Youth and adult education; Legislation; Inclusion

  • Abstract:

    This research work has the goal of establishing a relation between the

    right to education and the reality in education of Youth and Adults (EJA). Considering

    the right to education guaranteed in the national legislation, especially in the Federal

    Constitution of Brazil of 1988, the Statute of Children and Adolescents dated 1990

    and the Law of Guidelines and Bases of National Education from 1996, the objective

    is to analyze the right that is legally conferred and its correlation with real data. Such

    information is presented by research institutes, such as the Brazilian Institute of

    Geography and Statistics (IBGE), reflecting on the exclusionary aspect of illiteracy.

    According to IBGE Institute, in 2013, Brazil had an illiteracy rate of 8.5% corresponding

    to people aged over 15 years old, which represents 13 million people lacking the

    minimum notions of reading, writing or basic mathematics skills. This knowledge

    deprivation leads to professional and social disqualification, also resulting in social

    pathologies and spatial segregation. To carry out this research, we used bibliographic

    and documentation research, as well as using theoretical reference of the works of

    Freire, Gadotti, Romão, Oliveira, Cury, Ferraro, Flach and data from research institutes.

    Although this is an ongoing research, we were able to observe that the groups of

    illiterate people in Brazil have a well-defined social class, ethnicity and geographical

    location, since among the 25% poorest section of society, only 2% are illiterate. While

    among the 25% poorest section, 13.1% are illiterate. Regarding the ethnicity factor,

    5.2% of white people are illiterate, while the rate for the black population is more than

    double, 11.5%. In geographical terms, 53% of the country’s illiterate people live in the

    Northeast. In the context of this mismatch between the legal text and the reality, EJA

    presents itself as “the modality of basic education aimed at scholar inclusion of those

    who had been denied the right to regular education at their own age. Also those who

    were marginalized and excluded from the benefits of economic, political, social and

    cultural achievements” (ROMÃO; GADOTTI, 2007, p.9); Therefore, EJA represents

    a tool of inclusion and affirmation, which needs to be maintained and not replaced by

    tests that confer diplomas without the completion of courses.

     

  • Número de páginas: 15

  • Neide Cristina da Silva
  • maria josé poloni
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