Este artigo etnográfico analisa os processos de aprendizagens do povo Gavião/Pyhcop Catiji do Maranhão. Para tanto, elegemos os resguardos e a caçada como fonte de análise. Ancoradas nos termos nativos manpex e ahimpex, partimos da concepção de como se aprende entre os Gavião: o primeiro termo designa a aprendizagem baseada na transmissão do conhecimento via oralidade; o segundo está fundamentado nos processos de aprendizagem por meio da experiência e dos sentidos. A fim de subsidiar as discussões utilizamos as propostas analíticas de Fredrik Barth (2000) e de Tim Ingold (2000, 2008, 2015). O saber-ouvir e o saber-fazer estão entrelaçados e o se tornar Gavião passa pela transmissão de conhecimentos a partir da oralidade e pela experimentação através dos contextos de aprendizagem. Estas duas formas de aprender coexistem nos mais variados espaços da aldeia experimentando um mundo onde os Gavião criam e recriam suas habilidades “construindo pessoas”.