DIFICULDADE DE DIAGNÓSTICO DA ENDOMETRIOSE NA ADOLESCÊNCIA E SUAS REPERCUSSÕES SOCIAIS
Introdução: A endometriose é uma doença ginecológica com aparição de tecido endometrial ectópico. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), no Brasil estima-se que mais de 7 milhões de mulheres possuem a doença, sendo que de 2010 a 2019 a faixa etária entre 15 e 19 anos foi a mais acometida representando 86,16% de internações por endometriose, conforme o Sistema de Declaração de Morbidade Hospitalar do SUS - DATASUS. Estudos demonstram retardamento no diagnóstico, observando em média 6 ou mais anos após o início dos sintomas, sendo ainda maior tratando-se das adolescentes. Essa resultante impacta na saúde da mulher causando fortes dores desde a menarca, infertilidade, dor pélvica crônica, lesões em órgãos subjacentes, além do custo elevado de exames. Objetivos: Compreender as dificuldades de diagnóstico da endometriose na adolescência e suas repercussões sociais. Método: Verificação bibliográfica mediante pesquisa realizada em bases de dados: biblioteca virtual Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)/PubMed. Estes estudos foram realizados durante o período de 2011 a 2021, utilizando os seguintes descritores: “Endometriose na adolescência”, “Endometriose”, “Diagnóstico” e “Qualidade de vida”. Resultados: A dificuldade no diagnóstico da endometriose na adolescência é multifatorial, estando assim relacionado a um conjunto de fatores. Dentre esses, destacamos inicialmente as diferentes manifestações clínicas que podem ser semelhantes a outras doenças. Além desse fator, é importante salientar a desvalorização das queixas das pacientes por alguns profissionais de saúde, sendo comum a exposição de críticas insensíveis banalizando seus sintomas e classificando como aspectos fisiológicos do ciclo menstrual, que contribuem para essa problemática. Ademais, o “tabu” presente na sociedade frente aos assuntos relacionados aos órgãos do sistema reprodutor feminino, estabelece a existência do preconceito a consultas de adolescentes ao Ginecologista, prejudicando o diagnóstico precoce da endometriose e de outras doenças. Atrelado a esses fatores citados anteriormente, o acesso restrito aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) à exames específicos considerados padrão ouro, como a laparoscopia, ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética nuclear da pelve também são obstáculos para chegar ao diagnóstico preciso da endometriose. Em consequência ao atraso do diagnóstico, os sintomas causados pela endometriose, especificamente a apresentação crônica da dor, provoca repercussões sociais significativas neste grupo, como psicológicas relacionadas ao estresse, depressão e autoestima deficiente, improdutividade, incapacidade afetando a qualidade de vida, desempenho escolar e vida social. Conclusão: Diante da fisiopatologia e demonstrações clínicas da endometriose, é notório que essa patologia traz consequências significativas na vida da mulher, principalmente quando manifesta-se na adolescência desde a primeira menstruação. Assim emerge a necessidade de melhoria em políticas de saúde voltadas para a saúde da mulher na adolescência, visando a prevenção, diagnóstico e tratamento da endometriose e outras doenças ligadas ao sistema reprodutor feminino. Tendo em vista ressaltar a capacitação dos profissionais para detectar os sinais e sintomas e proporcionar uma rede de apoio às pacientes amenizando a história clínica da doença.
DIFICULDADE DE DIAGNÓSTICO DA ENDOMETRIOSE NA ADOLESCÊNCIA E SUAS REPERCUSSÕES SOCIAIS
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DOI: 10.22533/at.ed.1432207109
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Palavras-chave: Adolescência, Endometriose, Diagnóstico, Repercussões sociais
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Keywords: Adolescent, Endometriosis, Diagnosis, Social repercussions
- Gabrielly Gomes de Oliveira
- Priscila Maria de Oliveira