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Diferenças eletrocardiográficas entre Indivíduos Africanos e Caucasianos

Introdução: Na segunda metade do século XX, a esperança média de vida dos indivíduos africanos era menor que a dos indivíduos caucasianos, despertando o interesse para estudar as diferenças étnicas e raciais de modo a serem tomadas medidas de saúde.

Objetivo: Verificar a existência de diferenças eletrocardiográficas entre os indivíduos de raça africana e os de raça caucasiana.

Métodos: A amostra inclui um total de 122 indivíduos, recolhida no período compreendido entre outubro de 2011 e janeiro de 2012. Todos os indivíduos foram submetidos à realização de um questionário individual e um eletrocardiograma convencional de 12 derivações. Foram incluídos indivíduos de raça africana e caucasiana, de ambos os géneros, sedentários, sem hábitos etílicos acentuados, não fumadores, não obesos, com condições sociodemográficas semelhantes, sem qualquer tipo de patologia associada, com idades compreendidas entre os 19 e os 35 anos e que aceitassem participar no estudo mediante a assinatura de um consentimento informado.

Resultados: Com este estudo constatámos que os indivíduos de raça africana apresentam valores médios da frequência cardíaca mais elevados, eixo elétrico mais horizontal (p=0,006), duração do complexo QRS mais elevada (p=0,012), maior prevalência de ondas T negativas e/ou bifásicas em V1 (p <0,001), V2 (p=0,014) e V3 (p=0,043), maior predomínio de supradesnivelamento do segmento ST em V1 (p <0,001), V2 (p=0,001), V3 (p=0,010) e V4 (p=0,027), valor de dispersão do intervalo QT maior (p=0,001), maior prevalência de hipertrofia ventricular esquerda, existindo relação com os índices de Sokolow-Lyon (p <0,001) e de Romhilt (p=0,008).

Conclusão: Verificámos que existem diferenças a nível eletrocardiográfico entre os indivíduos dos dois grupos raciais, encontrando-se dentro dos valores da normalidade, apesar de termos encontrado diferenças estatisticamente significativas nos valores e nas prevalências, estas não têm valor patológico, sendo consideradas como variantes da normalidade.

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Diferenças eletrocardiográficas entre Indivíduos Africanos e Caucasianos

  • DOI: 10.22533/at.ed.35621300310

  • Palavras-chave: Eletrocardiografia; Africana; Caucasiana

  • Keywords: Electrocardiography, African, Caucasian

  • Abstract:

    Background: In the second half of the 20th century, life expectancy of African people was considerably lower than Caucasians, identifying the need to study the differences between racial and ethnic groups so that health measures can be taken. 

    Objective: To verify if there are electrocardiographic differences between African and Caucasian individuals. 

    Methods: The sample includes a total of 122 individuals, collected between October 2011 and January 2012. All the individuals answered a personal questionnaire and did a conventional 12-lead electrocardiogram. The study included individuals from both races and genders, with a sedentary life style, without alcoholic habits, non-smokers, non-obese, with similar sociodemographic conditions, with no kind of disease associated, with ages between 19 and 35 years, and who had agreed to take part in the study by signing an informed agreement. 

    Results: With this study, we were able to confirm that individuals of African race have more prevalence of negative T waves and/or biphasic in V1 (p < 0.001), V2 (p = 0.014) and V3 (p = 0.043), higher prevalence of ST-segment elevation in V1 (p < 0.001), V2 (p = 0.001), V3 (p = 0.010) and V4 (p = 0.027), a higher dispersion of QT interval (p = 0.001) and higher prevalence of left ventricular hypertrophy (Sokolow-Lyon index – p < 0.001). 

    Conclusions: Although we found statistical differences in the average values and in the prevalence, we verify electrocardiographic differences between the racial groups. In spite of all the study results, we conclude that they have no pathological value, and are therefore considered as normal variations. 

  • Número de páginas: 21

  • Patrícia Margarida dos Santos Carvalheiro Coelho
  • Alexandre José Marques Pereira
  • António Filipe Pinto Rodrigues
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