DESAPRENDENDO O JÁ SABIDO: O “ESTADO NOVO” NO EMBALO DO SAMBA
Quando o assunto é o “Estado
Novo” e envolve o mundo do trabalho, a
tradição historiográfica se pauta, em geral,
pelo que Mikhail Bakhtin denominou “hábitos
monológicos”. Tudo parece se passar como se
fosse possível apagar os sinais que nos levariam
a captar vozes destoantes do grande coro da
suposta unanimidade nacional orquestrada pelo
regime. Perde-se de vista que, mesmo sob uma
férrea ditadura, os domínios da vida políticosocial
sempre operam como campos de forças,
segundo Pierre Bourdieu e E. P. Thompson.
A partir dessa ótica, este artigo se propõe a
contribuir para renovar o olhar e adensar o
conhecimento em torno do “Estado Novo”,
tomando como mote vozes dissonantes que
se fizeram ouvir sobre o universo do trabalho
na área da música popular, especialmente
do samba. Pretende-se, assim, estimular a
complexificação daquilo que habitualmente é
ensinado nas escolas.
DESAPRENDENDO O JÁ SABIDO: O “ESTADO NOVO” NO EMBALO DO SAMBA
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DOI: 10.22533/at.ed.55919050721
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Palavras-chave: música popular, mundo do trabalho, Estado Novo.
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Keywords: popular music, labor world, Estado Novo.
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Abstract:
When the topic is “Estado Novo”
and involves the labor world, the established
historiographical tradition generally follows what
Mikhail Bakhtin named “monological habits”. All
seems to unfold as if it were possible to erase
the signs that would allow us capture dissonant
voices in the regime-orchestrated vast choir
of alleged national unanimity. This means
losing sight of the fact that, even under brutal
dictatorships, politico-social life domains always
operate as force fields, in the words of Pierre
Bourdieu and E. P. Thompson. From this vantage
point, this article aims at contributing to refresh
the perspective and increase the consistency
of knowledge on “Estado Novo”, taking as its
reference the dissonant voices about the labor
universe in Brazilian popular music, especially
samba. This contribution aims at enhancing the
complexity of what is usually taught in school.
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Número de páginas: 15
- Adalberto Paranhos