Desafios de uma aprendizagem profissional - Cuidar nos processos de perdas e lutos
A morte passou de ‘domesticada’ a ‘selvagem’, morrendo-se afastado da família e dos amigos, tendo como único suporte os enfermeiros que aliviam o sofrimento. Cuidar para a finitude requer aprendizagens e desenvolvimento de competências especificas. O objetivo é investigar o modo como os enfermeiros aprendem a cuidar de pessoas e famílias a viver processos de fim de vida. Metodologia: Realizou-se um estudo descritivo naturalista, para responder à questão: como aprendem os estudantes de enfermagem a cuidar de pessoas e famílias a viver processos de fim de vida? Nos procedimentos foram considerados os aspetos éticos. A amostra organizada por ‘bola de neve’, foi constituída por 44 participantes. A informação obtida através de entrevistas semiestruturadas foi sujeita a análise de conteúdo e resultaram cinco categorias.
Resultados: As categorias são: 1. Perceção da morte - os participantes referem que o primeiro contato com a morte ocorreu nos estágios clínicos. 2. Aprender a cuidar em fim de vida - referiram os obstáculos e os fatores facilitadores. 3. Processos e metodologias de ensino - destacaram a organização curricular; compreensão da filosofia dos cuidados paliativos e a oportunidade de aprender em contextos de boas práticas. 4. Competências a adquirir para cuidar de pessoas em fim de vida - consideraram que precisam de desenvolver os domínios: cognitivo, relacional, afetivo, ético, reflexivo e a cooperação. 5. Cuidar das famílias em luto - necessitam de aprender a atender as necessidades da família para elaborar o processo de luto e não apenas na pessoa doente. Conclusões: Para assumir a responsabilidade de cuidar é necessário que o estudante de enfermagem desenvolva a conceção de ser competente, que inclui: Ser capaz de gerir emoções; manter o equilíbrio entre a autonomia e a interdependência, estabelecer relações interpessoais e estruturar a identidade profissional como cuidador.
Desafios de uma aprendizagem profissional - Cuidar nos processos de perdas e lutos
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DOI: 10.22533/at.ed.62222110319
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Palavras-chave: Aprender; cuidar; enfermagem; famílias; morte
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Keywords: Learning; caring; nursing; families; death
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Abstract:
Death went from 'domesticated' to 'wild', people die away from family and friends, and their only support is nursing who alleviate suffering. To care for the end of life, they need to learn and develop specific skills for therapeutic intervention. The objective is to investigate how nurses learn to care for people and families to experience end-of-life processes. Methodology: A natural descriptive study was carried out to answer the question: how do nursing students learn to care for people and families to experience end-of-life processes? In the procedures, ethical aspects were considered. The sample organized by snowball, with 44 participants. Information was obtained through semi-structured interviews. The content analysis resulted in five categories. Results: The categories are: 1. Perception of death - participants report that the first contact with death occurred in the clinical stages. 2. Learning to care at the end of life - mentioned obstacles and facilitating factors. 3. Teaching processes and methodologies - highlighted the curricular organization; understanding of the philosophy of palliative care and the opportunity to learn in good practice contexts. 4. Skills to be acquired to care for people at the end of life - they considered that they needed to develop the following domains: cognitive, relational, affective, ethical, reflective and cooperation. 5. Caring for the grieving families - they need to learn to meet the family's needs to elaborate the grieving process and not just the sick person. Conclusions: To assume responsibility for caring, nursing students must develop the concept of being competent, which includes being able to manage emotions; maintain a balance between autonomy and interdependence, establish interpersonal relationships and structure the professional identity as a caregiver.
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Número de páginas: 15
- Não tem
- Maria de Fátima Moreira Rodrigues