CULTURA E DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES: POLÍTICA CULTURAL PARA QUEM?
O consumo cultural é dotado
de especificidades decorrentes tanto de
seus significados simbólicos, como das
características econômicas dos bens culturais.
Por sua vez, a participação cultural é fator
de transmissão de desigualdades sociais e
educacionais, sobretudo, considerando a inércia
das divisões sociais. Nesse contexto, a questão
dos subsídios às artes e da influência do setor
cultural no desenvolvimento econômico divide
opiniões nas diversas áreas de conhecimento.
Dessa forma, o objetivo deste artigo é discutir
a relação entre cultura e desenvolvimento
das cidades, bem como os diferentes
desencadeamentos acerca da implementação
de políticas culturais. O debate traz evidências
de que as políticas culturais têm privilegiado
as classes mais altas de renda, fato agravado
pelas trajetórias da urbanização das grandes
cidades, caracterizadas pela alta segregação
social. Consequentemente, as ações culturais
não serão capazes de reverter o quadro atual
se não forem articuladas com outras áreas
da gestão pública, tais como educação e
planejamento urbano.
CULTURA E DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES: POLÍTICA CULTURAL PARA QUEM?
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DOI: 10.22533/at.ed.7731925014
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Palavras-chave: Amenidades culturais, planejamento urbano, desenvolvimento urbano.
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Keywords: Cultural amenities, urban planning, urban development.
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Abstract:
Cultural consumption is
characterized by specificities stemming both
from its symbolic meanings and from the
economic particularities of cultural goods. In turn,
cultural participation is a factor of transmission
of social and educational inequalities, especially
because of the inertia of social divisions. In this
context, the issue of subsidies to the arts and
the influence of the cultural sector on economic
development divide opinions in the various
areas of knowledge. This paper discusses the
relationship between culture and development
of cities, as well as the different point of view
about the implementation of cultural policies.
The discussion demonstrates that cultural public
policies have privileged the highest income
classes and this condition was aggravated
by the urbanization trajectories of large cities,
characterized by high social segregation. Consequently, cultural actions will not be
able to reverse the current situation if they are not articulated with other areas of public
management, such as education and urban policy.
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Número de páginas: 15
- Carla Cristina Rosa de Almeida
- João Policarpo Rodrigues Lima
- Maria Fernanda Gatto