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capa do ebook Contextualização histórica da Guerra Híbrida na anexação da Crimeia à Federação Russa

Contextualização histórica da Guerra Híbrida na anexação da Crimeia à Federação Russa

A anexação da península da Crimeia à Federação Russa teve origem na denominada Euromaidan, uma onda de manifestações populares na cidade de Kiev, iniciada em fins de 2013, que reivindicava a inclusão da Ucrânia na União Europeia. Esta agitação civil culminou com a destituição do presidente ucraniano Viktor Yanukovych, eleito democraticamente, e a instalação de um novo governo pró-Europa. Na sequência, os protestos prosseguiram para que o novo governo assinasse um acordo da Ucrânia com a União Europeia. Em contraposição à sublevação de Kiev, surgiu um amplo movimento de manifestantes na península da Crimeia e sudeste ucraniano que demandavam pela manutenção dos vínculos da Ucrânia com a Rússia. Por força destas manifestações várias regiões declararam unilateralmente a sua independência da Ucrânia. Depois foram unidas como uma única nação e pediram a anexação à Rússia através de um referendo sobre o estatuto político da Crimeia e Sevastopol, com uma maioria esmagadora de votos a favor da adesão da península à Federação Russa que, por extensão, significava não mais pertencer à Ucrânia nem tampouco se tornar um Estado independente. Vários analistas consideram a Euromaidan e o golpe contra o governo ucraniano como uma ação de guerra híbrida perpetrada pela extrema-direita capitaneada pelos Estados Unidos, mas também com participação da União Europeia, para desestabilizar a área de influência Russa. Nesta forma de guerra, aquilo que parece ser um conjunto de manifestações populares genuínas de insatisfação com o governo é na verdade um movimento orquestrado por Estados e Ongs estrangeiras que visam criar um caos no Estado a ser atacado para promover uma troca de regime em que o novo governo seja simpático aos seus interesses. A rápida resposta da Rússia, já atenta a esta agressão, frustrou a ação ocidental e redundou na anexação da Crimeia, mas a situação na península permanece instável em razão dos vários interesses internacionais que se digladiam na região. 

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Contextualização histórica da Guerra Híbrida na anexação da Crimeia à Federação Russa

  • DOI: 10.22533/at.ed.16621310521

  • Palavras-chave: Guerra híbrida. Anexação da Crimeia. Rússia.

  • Keywords: Hybrid war. Crimean annexation. Russia.

  • Abstract:

    The annexation of the Crimean peninsula to the Russian Federation originated in the so-called Euromaidan, a wave of popular demonstrations in the city of Kiev, which started in late 2013, which claimed the inclusion of Ukraine in the European Union. This civil unrest culminated in the removal of democratically elected Ukrainian President Viktor Yanukovych and the installation of a new pro-European government. In the aftermath, protests continued for the new government to sign an agreement between Ukraine and the European Union. In contrast to the Kiev uprising, a wide movement of demonstrators arose in the Crimean peninsula and south-eastern Ukraine, which demanded that Ukraine's ties with Russia be maintained. As a result of these demonstrations, several regions unilaterally declared their independence from Ukraine. Then they were united as a single nation and asked for annexation to Russia through a referendum on the political status of Crimea and Sevastopol, with an overwhelming majority of votes in favor of the peninsula's accession to the Russian Federation which, by extension, meant no longer belonging neither to Ukraine nor to become an independent state. Several analysts consider Euromaidan and the coup against the Ukrainian government to be a hybrid war action by the far right led by the United States, but also with the participation of the European Union, to destabilize the Russian area of ​​influence. In this form of war, what appears to be a set of genuine popular manifestations of dissatisfaction with the government is actually a movement orchestrated by foreign states and NGOs that aim to create chaos in the state to be attacked to promote a regime change in which the new government is sympathetic to their interests. Russia's rapid response, already attentive to this aggression, frustrated Western action and resulted in the annexation of Crimea, but the situation on the peninsula remains unstable due to the various international interests that are fighting in the region.

  • Número de páginas: 14

  • Humberto José Lourenção
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