As microalgas das praias da Amazônia brasileira são pouco estudadas e sua dinâmica possivelmente está relacionada com a sazonalidade e contribuições das descargas de rios e estuários, com maior influência sobre os níveis de salinidade dos ambientes. Desta forma, o estudo teve como objetivo determinar a qualidade das águas, a composição, a densidade, a abundância, os índices ecológicos aplicados as microalgas de três praias estuarinas da Ilha do Marajó (Pará, Brasil). As coletas ocorreram nas praias de Joanes, Grande e praia do Pesqueiro durante maré de enchente, em setembro de 2022. Foram estabelecidos três pontos de coleta em cada praia, onde as microalgas foram coletadas através da filtragem de 200 litros de água em rede de plâncton de 45 µm e diretamente na coluna sub- superficial da água para análise de densidade das microalgas, as quais foram analisadas através de microscopia óptica. A turbidez, cor verdadeira, alcalinidade, fosfato, nitrogênio amoniacal, nitrito, sulfato e microbiológicos, foram coletados e analisados conforme métodos de padrão internacional de análise ambiental de água. Os fatores pH, salinidade, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos, oxigênio dissolvido e potencial de oxirredução foram analisados por sonda multiparamétrica. As águas das praias apresentaram fora dos padrões de qualidade através das variáveis ambientais oxigênio dissolvido (< 4,0 mg.L -1 ), elevadas concentrações de nitrogênio amoniacal (23,6, 12,3 e 15,6 mg.L -1 , respectivamente Joanes, Grande e Pesqueiro), e por apresentarem virtualmente material flutuante e resíduos sólidos. O ponto localizado na vila dos pescadores, na praia do Pesqueiro, apresentou elevados valores de coliformes termotolerantes (1.226,2 NMP.100 mL -1 ). As diatomáceas foram as mais representativas na composição das microalgas. A praia do Pesqueiro apresentou a maior densidade das microalgas (158,2 ± 120,0 x 10 3 ind.L -1 ) com a Dominância da diatomácea Coscinodiscus centralis Ehrenberg, a qual provocou menor diversidade, maior dominância e a menor equitabilidade das microalgas nesta praia. As espécies de microalgas refletiram a influência do Oceano Atlântico e da Baia do Marajó sobre as águas das praias. Faz-se necessário um monitoramento ambiental na região de estudo, visto apresentar alguns parâmetros sanitários alterados e um estudo para identificar possíveis fatores sazonais naturais e/ou antrópicos que influenciam na mortandade de peixes.