CAMINHOS À INTEGRALIDADE EM SAÚDE: PARALELEPÍPEDOS E HEGEMONIA POPULAR
O objetivo deste capítulo é recomendar, na perspectiva ético-política, potenciais caminhos que podem melhorar os serviços de saúde na concretização do princípio da integralidade – pilar fundante do Sistema Único de Saúde (SUS). Preocupação esta surgida após a análise dos dados obtidos em pesquisa de mestrado, no interior de um grupo específico de trabalhadores-produtores essenciais, chamados broqueiros, e seus produtos, os paralelepípedos de pedra, bancos de praça, ornamentos e etc. Portanto, uma pesquisa qualitativa, exploratória, de abordagem compreensiva, do tipo história oral-oral e análise ético-política. Deste percurso, brota a categoria analítica central, revelada pela análise dos dados, sendo: “Rochas brasileiras: do sofrimento à resistência”. Os resultados da pesquisa mostram uma população envelhecida e sem renovação, ausência da posse da terra para produzir, inexistência total de elementos dentais naturais em metade dos entrevistados, práticas populares de atenção à saúde perante o sofrimento, negação do acesso a serviços de saúde por falta de recurso financeiro e tentativas de organização popular de classe. Reconhecendo que o Estado brasileiro, no contexto estudado, falhou ao prover o direito à saúde, o seguinte problema é posto: o que fazer para melhorar as ações e alcançar integralidade em saúde? As conclusões não finais evidenciam enormes desigualdades no modo de viver, emergência de uma nova hegemonia que supere o momento econômico-corporativo pelo ético-político, limitações ao recorrer à mudanças de consciência individual e de comportamento e a necessidade de se chamar a atenção para as raízes das causas das doenças. Como produto final, um manifesto que indica caminhos promissores para se alcançar integralidade nas ações em saúde no intuito de pôr fim à exploração do homem sobre o homem.
CAMINHOS À INTEGRALIDADE EM SAÚDE: PARALELEPÍPEDOS E HEGEMONIA POPULAR
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DOI: 10.22533/at.ed.37021080421
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Palavras-chave: integralidade em saúde; pesquisa qualitativa; trabalho; democracia; hegemonia.
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Keywords: integrality in health; qualitative research; work; democracy; hegemony.
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Abstract:
The objective of this book's chapter is to recommend, regarding the ethical-political approach, roads that can potentially improve the Unified Health System (UHS) so that the principle of integrality in health will be achieved more successfully. This concern appeared after the analysis of data that were obtained from a master research, which had a specific group of essential workers as its context, called broqueiros, and their products, cobblestones, park benches, ornaments etc. Therefore, a qualitative research, exploratory, with a comprehensive approach, oral-oral history type and ethical-political analysis. From this path, a category appears, revealed by the data analysis: “Brazilian rocks: from suffering to resistance”. The research outcomes show an aged population with no renovation, lack of land to produce, healthcare popular practices to contain suffering, negation of healthcare access by lack of financial resources and attempts to popular class organization. Recognizing that the health care system in the studied context failed to provide the right of health, the following problem erupts: what to do to enhance actions and service to reach integrality in health? The non final conclusions highlight the giant inequality, the emergency of a new hegemony that is able to overcome the economic-corporative moment to an ethical-political moment, limitations of appealing to individual consciousness and behavioural changes and the need to address the root causes of the diseases. As a final product, a manifesto that indicates promising ways to reach a higher level of integrality within healthcare actions in order to interrupt the exploitation of man by man.
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Número de páginas: 11
- Thiago Bernardes Nunes