ATUALIZAÇÃO DA DOENÇA PEDIÁTRICA NEUROPSIQUIÁTRICA AUTOIMUNE ASSOCIADA AO STREPTOCOCO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
Introdução: A doença pediátrica neuropsiquiátrica associada à infecção por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A (PANDAS) é caracterizada pelo aparecimento agudo de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e/ou tiques devido a danos autoimunes aos núcleos da base, se relacionando com prejuízo à qualidade de vida dessas crianças. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura nos bancos de dados PubMed, Lilacs e MedLine, com os descritores: “(Pediatric autoimmune neuropsychiatric disorder OR PANDAS) AND Streptococcus”. Foram selecionados apenas os ensaios randomizados, meta-análises e relatos de caso publicados nos últimos 10 anos. Excluiu-se os estudos que não se enquadravam nos objetivos Resultados e Discussão: Foram apontados dois grupos de estratégias na terapêutica da PANDAS, sendo um voltado para a eliminação da fonte da inflamação, por meio dos antibióticos, e o outro para o manejo dos sintomas neuropsiquiátricos, por meio de terapêuticas farmacológicas e não farmacológicas padrões. Também, um estudo concluiu que a remoção dos autoanticorpos por aférese terapêutica do plasma é seguro e produz benefícios clínicos nas crianças com PANDAS grave, com redução de até 78% dos sintomas neuropsiquiátricos em 6 meses de tratamento. Acerca da terapêutica farmacológica, alguns estudos enfatizaram que as crianças com PANDAS são mais sensíveis aos inibidores de recaptação de serotonina e, por isso, o uso desse fármaco deve ser iniciado em doses menores e de forma gradual. Por outro lado, um relato de caso apontou que a dessensibilização e reprocessamento por meio dos movimentos oculares mostrou-se efetiva, com redução de 12 para 8 na escala do TOC. Conclusão: Deve-se buscar opções que tratam não só a infecção, mas também os sintomas neuropsiquiátricos e a saúde mental desses pacientes, atentando-se a variedade de tratamentos não farmacológicos e buscando minimizar os danos dos medicamentosos. Ademais, necessita-se de estudos de maior evidência acerca da eficácia da terapia com imunoglobulina intravenosa.
ATUALIZAÇÃO DA DOENÇA PEDIÁTRICA NEUROPSIQUIÁTRICA AUTOIMUNE ASSOCIADA AO STREPTOCOCO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
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DOI: 10.22533/at.ed.1542113015
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Palavras-chave: Doença pediátrica neuropsiquiátrica associada à infecção por estreptococo, PANDAS, estreptococo beta-hemolíticos do grupo A, neuropsiquiatria.
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Keywords: Pediatric neuropsychiatric disease associated with streptococcal infection, PANDAS, group A beta-hemolytic streptococcus, neuropsychiatry
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Abstract:
Introduction: Pediatric Autoimmune Neuropsychiatric Disorders Associated with Streptococcal Infections (PANDAS) is characterized by the acute onset of obsessive-compulsive disorder (OCD) and/or tics due to autoimmune damage to the basal ganglia, which is related to impaired quality children's lives. Methodology: A systematic review of journal databases (PubMed, Lilacs and MedLine) with the descriptors: “Pediatric autoimmune neuropsychiatric disorder OR PANDAS AND Streptococcus”. Only randomized trials, meta-analyzes and case reports published in the last 10 years were selected. Results and Discussion: Two groups of strategies were pointed out in the therapy of PANDAS. One of them aimed at eliminating the source of inflammation through antibiotics, and the other one proposes managing neuropsychiatric symptoms with pharmacological and non-pharmacological therapies. Also, a study concluded that the removal of autoantibodies by therapeutic apheresis from plasma is safe and produces clinical benefits in children with severe PANDAS, with up to 78% reduction in neuropsychiatric symptoms in 6 months of treatment. Regarding pharmacological therapy, some studies have emphasized that children with PANDAS are more sensitive to serotonin reuptake inhibitors and, therefore, the use of this drug should be started in smaller doses and gradually. On the other hand, a case report pointed out that desensitization and reprocessing through eye movements proved to be effective, with a reduction from 12 to 8 on the OCD scale. Conclusion: Options that treat not only the infection, but also the neuropsychiatric symptoms and mental health of these patients should be sought, paying attention to the variety of non-pharmacological treatments and seeking to minimize the damage caused by medications. In addition, more evidence is needed on the effectiveness of therapy with intravenous immunoglobulin.
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Número de páginas: 9
- Isabela Garcia Bessa
- Natalia Guisolphi
- Laura Prado Siqueira
- Luísa Oliveira Lemos
- Maria Luiza Gonzaga de Oliveira
- Kamylla Lohannye Fonseca e Silva
- Sara Raquel Souza Silva
- Ana Vitória Rocha Elias Dib
- Giovanna Garcia de Oliveira
- Maria Antônia da Costa Siqueira
- Ricelly Pires Vieira
- Caio de Almeida Lellis