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capa do ebook AS NARRAÇÕES DA MORTE E DO MORRER NO CONTO “MORTE SEGUNDA”, DE CAIO FERNANDO ABREU

AS NARRAÇÕES DA MORTE E DO MORRER NO CONTO “MORTE SEGUNDA”, DE CAIO FERNANDO ABREU

Este artigo constitui análise e interpretação do conto “Morte Segunda”, presente na primeira edição do livro Inventário do Irremediável, de Caio Fernando Abreu (1970). Esse conto está narrado em primeira pessoa, no modo monológico; além do narrador, inclui duas personagens femininas. O monólogo, no limiar de um fluxo de consciência, deixa supor um diálogo com uma personagem humana, mas serve a uma narração inusitada: a de um homem que, morto pela segunda vez, tenta resgatar a história de sua primeira morte. Tentamos mostrar que o cerne da narrativa é essa busca de esclarecimento sobre o processo da morte. Na análise, deixamos claro como as personagens são descritas ou se descrevem e a função que desempenham; focalizamos também o espaço tipicamente de conto e como a ação se desenvolve num tempo sem curso, o tempo de angústia da experiência existencial da morte como processo. Nossa interpretação se valerá principalmente de Theodor Adorno (1993) e de Walter Benjamim (1987), que ajudam a explicar de que modo o conteúdo narrativo se articula com o fundo histórico; por outro lado, recorremos a Martin Heidegger (2005) para entender a feição existencialista que a experiência da morte deixa entrever.

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AS NARRAÇÕES DA MORTE E DO MORRER NO CONTO “MORTE SEGUNDA”, DE CAIO FERNANDO ABREU

  • DOI: 10.22533/at.ed.8852120126

  • Palavras-chave: Angústia; Experiência da morte; Fundo histórico; Monólogo; “Morte Segunda”.

  • Keywords: Anguish; Death experience; Historical background; Monologue; “Morte Segunda”.

  • Abstract:

    This paper constitutes an analysis and interpretation of the tale “Morte Segunda”, present in the first edition of the book Inventário do Irremediável, by Caio Fernando Abreu (1970). The tale is narrated in first person, in a monological way; besides the narrator, it includes two female characters. The monologue, on the threshold of a stream of consciousness, let us suppose a dialogue with a human character, but serves to an unusual narration: a man, who is dead for the second time, tries to rescue the story of his first death. We try to show that the narrative core is the search for clarification about the death process. In the analysis, we make clear how the characters are described or describe themselves, and the role they play; also focusing on the typical space from a tale and how the plot develops in a trackless time, the anguishing time from the existential experience of death as a process. Our interpretation is based mainly in Theodor Adorno (1993) and Walter Benjamim (1987), who help to explain how the narrative content is articulated with the historical background; on the other hand, we recur to Martin Heidegger (2005) to understand the existentialist trait that death experience let us glimpse. 

  • Número de páginas: 10

  • Priscila Bosso Topdjian
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