A VIABILIDADE DO USO DA TÉCNICA RESTAURADORA ATRAUMÁTICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, NO CONTEXTO COVID-19.
Com o objetivo de diminuir a disseminação da COVID19, diversas mudanças e adaptações em relação à biossegurança e aos procedimentos odontológicos têm sido implementadas em todo o mundo. Há possibilidade de minimizar a infecção cruzada em meio odontológico utilizando técnicas de intervenção minimamente invasivo (MI), uma vez que estas promoveriam menor formação de aerossóis e, consequentemente, diminuição do risco de contaminação. Dentre as técnicas MI, o Tratamento Restaurador Atraumático (ART) é uma alternativa interessante, principalmente nos serviços públicos de atenção primária à saúde (APS). Nosso objetivo foi identificar a percepção, astúcia e a preparação dos dentistas da APS para utilizar o ART nos sistemas públicos de saúde. Trata-se de um estudo transversal, realizado por meio da aplicação de um questionário com cirurgiões-dentistas da APS de Fortaleza, Brasil. Sessenta e quatro (69,5%) entrevistados consideraram-se aptos para o uso de ART. No entanto, apenas 40,3% (n = 37) participaram de treinamentos específicos em ART. Entre aqueles que não fariam uso de ART, 71,4% (n = 5) nunca participaram de treinamentos em ART. A utilização de ART na APS é possível para 77,2% (n = 71) dos dentistas e 50% (n = 46) disponibilizariam mais tempo para realizá-la em seu serviço de saúde. 60% (n = 42) daqueles que usariam o ART na APS acreditam que o ART pode economizar tempo clínico. De maneira geral, houve bons índices de aceitação do ART pelos profissionais, além de percepção de preparo para o seu uso técnico. No entanto, é imprescindível que políticas públicas de saúde sejam propostas e aplicadas afim de formar e estimular os cirurgiões-dentistas da APS a realizarem ART em sua prática diária. Assim, considera-se esta uma técnica viável neste novo contexto, especialmente no sistema público de saúde, onde outras ações, com custos mais elevados, podem ser irrealistas.
A VIABILIDADE DO USO DA TÉCNICA RESTAURADORA ATRAUMÁTICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, NO CONTEXTO COVID-19.
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DOI: A VIABILIDADE DO USO DA TÉCNICA RESTAURADORA ATRAUMÁTICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, NO CONTEXTO COVID-19
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Palavras-chave: Tratamento Restaurador Atraumático; COVID-19; Odontologia em saúde pública; Aerossóis.
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Keywords: Dental Atraumatic Restorative Treatment; COVID-19; Public Health Dentistry; Aerosols.
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Abstract:
In order to decrease the COVID19 spread, several changes and adaptations regarding biosecurity and dental procedures have been implemented all over the world. There is an attempt to minimize cross-infection utilizing minimally invasive (MI) dental treatment, due to the minimization of aerosol formation and, consequently, decreased contamination risk. Among MI techniques, the Atraumatic Restorative Treatment (ART) is an interesting alternative, especially in public primary health care (PHC) services. Our objective was to identify PHC dentists’ perception, wiliness and preparedness to use ART in public health systems. This is a cross-sectional study, carried through the application of a questionnaire with PHC dentists of Fortaleza, Brazil. Sixty-four (69.5%) interviewees considered themselves able to use ART. However, only 40.3% (n=37) participated in ART training course. Among those that would not use ART, 71,4% (n=5) were never trained on ART. The use of ART in PHC is possible for 77.2% (n=71) of dentists and 50% (n=46) would allow more time to perform it in their health service. 60% (n=42) of those who would use ART in PHC believe that ART can save clinical time. Overall, there were good rates of acceptance by professionals, in addition to the perception of preparation for technical use. However, it is essential that public health policies are proposed and applied in order to train and encourage PHC dentists to perform ART in their daily practice. Thus, ART is a feasible technique at this new context, especially in the public health system, where other actions, with higher costs, may be unrealistic.
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Número de páginas: 15
- Uhiana Braga Reis
- Manuela da Silva Moreira
- Kátia de Góis Holanda Saldanha
- Anya Pimentel Gomes Fernandes Vieira-Meyer
- Janaína Rocha de Sousa Almeida
- Maíra Barbosa Coutinho