A Transposição de Romeu e Julieta pela Turma da Mônica
Romeu e Julieta são considerados
o arquétipo do amor juvenil. Shakespeare
transitou em todas as pluralidades textuais
possíveis, sendo lido, reescrito, interpretado e
adaptado à todas as mídias, como a dança, a
pintura, o cinema, o quadrinho, entre outros.
Nesse capítulo, a proposta é de um estudo
comparativo entre a peça trágica inglesa do
casal de Verona e a sua adaptação para o público
infanto-juvenil, feita pela Mauricio de Sousa
Produções, em 1979, com enfoque na cena do
baile dos Capuletos, onde é possível notarmos
o contraste entre a seriedade do texto-matriz
e a comicidade da adaptação. Em A cultura
popular na Idade Média e no Renascimento,
ao examinar a relevância do riso popular,
Bakhtin (1999) destaca que a carnavalização,
situada no transe da Idade Média para o
Renascimento, tinha como característica a
oposição “à cultura oficial, ao tom sério, religioso
e feudal da época”, cujo cerne consistia no
deslocamento de signos do domínio de partida
para outro domínio artístico, propondo uma
nova simbolização e consequentemente numa
nova produção de sentidos. Essa pesquisa
tem como caráter norteador a re-estilização
do texto trágico shakespeariano voltado a um
público específico, o infantil, tornando familiar e
próximo aquilo que lhe é distante, operando, no
mínimo, com duas matrizes textuais: a primeira,
o cerne da inversão paródica e a segunda, a
que efetua propriamente essa reversão.
A Transposição de Romeu e Julieta pela Turma da Mônica
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DOI: 10.22533/at.ed.69819250114
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Palavras-chave: Comicidade. Intermidialidade. Tragédia Inglesa. Shakespeare. Mauricio de Sousa.
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Keywords: Comedy. Intermediality. English Tragedy. Shakespeare. Mauricio de Sousa.
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Abstract:
Romeo and Juliet are considered
the archetype of youthful love. Shakespeare has
transpired in all possible textual pluralities, being
read, rewritten, interpreted and adapted to all
media, such as dance, painting, cinema, comic,
among others. In this chapter, the proposal is
a comparative study between the tragic English
play of the Verona couple and their adaptation
to the children and youth audience by Mauricio
de Sousa Productions in 1979, focusing on the
Capuletos’ ball scene, where we can see the
contrast between the seriousness of the matrix
text and the comedy of adaptation. In its famous
text Rabelais and His World, by examining the
relevance of the popular laughter, Bakhtin (1999)
highlights that carnivalization, placed in the
trance from the Middle Ages to the Renaissance,
was characterized by opposition to “the official
and serious tone of medieval ecclesiastical and
feudal culture”, whose core consisted on the
displacement of signs from the field of departure to another artistic domain, proposing
a new symbolization and consequently a new production of meanings. This research
has as its theme a re-stylization of the Shakespearean tragic text aimed at a specific
audience, the child, becoming familiar and close to what is distant, operating at least
with two textual matrices: the first, the core of the inversion parody and the second, to
which this reversal is proposed.
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Número de páginas: 15
- Tiago Marques Luiz