A SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL E O DIREITO À CIDADE
O atual contexto da reprodução capitalista há um avanço de políticas neoliberais em todo o mundo em que se luta contra a tentativa de perdas de direitos conquistados, como por exemplo os trabalhistas, que estão sendo retirados sob o argumento da necessidade de adaptação produtiva, econômica e social para garantir a continuidade da produtividade e competitividade no mundo capitalista. O objetivo deste trabalho é analisar a segregação socioespacial a partir da constituição das novas centralidades periféricas que a princípio possibilitariam melhora nas condições de vida mas que no processo tendem a expulsar seus moradores. Se até anos 90 do século XX a expressão espacial dessa segregação era a expansão das periferias urbanas, marcadas pela precariedade e inexistência de serviços básicos de saúde, educação, infraestrutura, hoje temos nesses espaços que eram tidos pelos empreendedores imobiliários como espaços de reserva (ROBIRA, 2005), a possibilidade de espaços à reprodução do capital. Trata-se de um processo que dialeticamente se constitui a partir da formação de centralidades periféricas que , se de um lado proporcionam a melhoria da vida dos habitantes locais, levando a esses espaços uma potencialidade para a conquista da justiça espacial e a luta pelo direito à cidade, por outro, a partir da chegada de bens sociais e infraestruturais nesses lugares, faz com que os preços do solo urbano aumentem implicando na impossibilidade da permanência da vida para muitos de seus moradores que foram “pontas de lança” desse processo de urbanização. Tomaremos como estudo a transformação de um bairro periférico de São Paulo, Itaquera, que de lugar de trabalhadores pobres passa, a partir de Operações urbanas (O.U.), a O. U. Rio Verde Jacu, a ser novo espaço de investimentos imobiliários, aprofundando a segregação socioespacial ao tornar essa área uma centralidade periférica e fazendo com que novas periferias surjam nos limites da área metropolitana.
A SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL E O DIREITO À CIDADE
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DOI: 10.22533/at.ed.68421090410
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Palavras-chave: segregação socioespacial; direito à cidade; centralidade periférica
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Keywords: socio-spatial segregation, right to the city, peripheral centrality
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Abstract:
The current context of capitalist reproduction is an advance of neoliberal policies throughout the world in which we fight against the attempted loss of rights won, such as labor, which are being withdrawn under the argument of the need for productive adaptation, economic and social to ensure the continuity of productivity and competitiveness in the capitalist world. The objective of this work is to analyze the socio-spatial segregation from the constitution of the new peripheral centralities that in principle would allow improvement in the living conditions but in the process tend to expel its residents. If, until the 1990s, the spatial expression of this segregation was the expansion of the urban peripheries, marked by the precariousness and lack of basic health services, education, infrastructure, today we have in these spaces that were considered by real estate entrepreneurs as reserve spaces (ROBIRA , 2005), the possibility of spaces for the reproduction of capital. It is a process that is dialectically constituted from the formation of peripheral centralities that, if on the one hand provide the improvement of the life of the local inhabitants, taking to these spaces a potential for the conquest of space justice and the fight for the right to the city, on the other, from the arrival of social and infrastructural goods in these places, causes urban land prices to increase implying in the impossibility of the permanence of life for many of its residents who were "spearheads" of this process of urbanization. We will take as a study the transformation of a peripheral district of São Paulo, Itaquera, that from the place of poor workers passes, from Urban Operations (OU), OU Rio Verde Jacu, to be a new space for real estate investments, deepening socio-spatial segregation by making this area a peripheral centrality and causing new peripheries to appear within the limits of the metropolitan area
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Número de páginas: 10
- GLORIA DA ANUNCIACAO ALVES