O presente artigo pretendeu

identificar algumas contribuições da psicologia

frente os possíveis impactos psicológicos

vividos pela mulher negra que ascende no

mercado de trabalho. Partiu-se do pressuposto

de que as mulheres negras necessitam

se esforçar mais do que homens negros e

mulheres brancas por conta da existência

do preconceito racial e de gênero. A partir de

observações e compreensões adquiridas da

realidade soteropolitana, verifica-se a existência

de um índice baixíssimo de mulheres negras

ocupando cargos de direção e planejamento

(8,9%), sendo que a maioria da população

da cidade é negra (80%). Para a efetivação

dos objetivos, a metodologia baseou-se em

entrevistas semi-estruturadas, direcionadas

a quatro mulheres negras que ocupam cargo

de destaque em diferentes áreas de trabalho

(medicina, direito, empresarial, educação).

Quanto aos resultados, constatou-se nas

trajetórias destas mulheres marcas adquiridas

pelo racismo que desencadeiam impactos

psicológicos e que estas buscam, de variadas

formas, criarem estratégias de enfrentamento e

superação do problema. E, a Psicologia pode

contribuir oferecendo alternativas, para que

possam ressignificar aspectos psicológicos

associados à discriminação racial, desde que

o psicólogo esteja atento a essas questões em

sua prática cotidiana.